Há um jargão no futebol que diz: “o campo fala”. Ele é usado quando um jogador começa a se destacar e merece atenção especial do técnico. E nada mais justo do que começar esta matéria com essa expressão, já que, no mundo dos games, o público também tem mostrado sua voz de forma bem clara. Em uma indústria que parece diminuir cada vez mais o apreço pelas mídias físicas — seja pela praticidade do digital ou até pelas recentes polêmicas envolvendo os Game Key-Cards, um dado curioso mostra que, quando a mídia física recebe atenção, os jogadores respondem à altura.
Cyberpunk 2077, considerado um dos melhores ports já lançados para o Nintendo Switch 2, chegou ao console sob muitos elogios pelo cuidado da CD Projekt Red com os fãs nintendistas. Além de entregar uma adaptação sólida, a empresa apostou em uma mídia física completa, sem recorrer ao modelo de Game Key-Card. E o resultado foi claro: o mercado falou.
De acordo com o mais recente relatório financeiro da CD Projekt Red, a maior parte das vendas de Cyberpunk 2077 no Nintendo Switch 2 veio da versão física. Os números referentes a junho mostram que 75,4% das vendas foram físicas, contra 24,6% digitais.
É inegável que os números da mídia digital continuam crescendo, impulsionados por um público cada vez mais inclinado para esse formato. Ainda assim, os dados revelados pela produtora polonesa mostram que a predominância do digital não significa que o mercado físico deva ser descartado. Muito pelo contrário: quando bem trabalhado, ele pode ser bastante lucrativo. A CD Projekt Red soube aproveitar isso em particular. Cyberpunk 2077 foi um dos poucos jogos de lançamento do Nintendo Switch 2 que não incluíam um Game Key-Card, entregando uma mídia física completa e valorizada pelos fãs.
O que são os Game Key Cards?
O formato foi alvo de críticas desde que surgiu. Embora tecnicamente considerado uma mídia física, os Game Key Cards não trazem o jogo em si, eles apenas liberam o acesso a um download digital, exigindo conexão à internet para instalação. Mesmo assim, eles são considerados uma “evolução” em relação aos antigos “code-in-box”, que vinham apenas com um código e nem mesmo incluíam um cartucho, limitando o compartilhamento ou revenda do jogo.
