Kirby and the Forgotten Land é o novo game do mascote rosa da Nintendo para o console híbrido da empresa. Desenvolvido pela HAL Laboratory e publicado pela Nintendo, este game definitivamente mudou minha concepção sobre a franquia e posso garantir que foi uma grata surpresa.
A impressão que dá ao jogar esse novo game de Kirby é que: A empresa pegou vários ingredientes de qualidade, misturou bem e fez um delicioso bolo para ser saboreado de tão delicioso que é. Sabe aquele game capaz de fazer você sorrir depois de um dia agitado? Esse é Kirby and the Forgotten Land. Não é hipocrisia afirmar que este é de longe o melhor game de plataforma lançando neste ano de 2022. Confesso a você que este é o primeiro título do mascote rosa que realmente peguei para jogar e fui até o final, sem ver o tempo passar literalmente.
Já tentei jogar os lançamentos anteriores da franquia, mas para mim alguma coisa faltava para dar aquela motivação de terminar. O contrário aconteceu com The Forgotten Land. Desde que comecei, já percebi que minha satisfação e prazer seria diferente. Uma grata surpresa, me apaixonei por Kirby. Quero mencionar que mesmo não finalizando os games anteriores, me lembro que a dificuldade nunca foi o forte da franquia, visto que ela atende um público alvo específico e neste novo título essa característica se mantém.
Embora você tenha dois modos, sendo um fácil e outro que era para ser o modo difícil, não há um real desafio. Mas novamente, reforço que essa é a marca de Kirby e não estraga o conteúdo completo deste que já considero uma obra-prima dos games de Plataforma. Se sinta confortável e engula tudo o que puder, literalmente. O mundo de Kirby é delicioso e merece ser apreciado.
Este game tem a capacidade de fazer crianças e adultos se sentirem felizes e com coração aquecido. O game NÃO está disponível com as legendas em PT-BR e isso faz falta para os mais novos aqui do Brasil que não dominam a língua inglesa. A história deste game deveria ser compreensível para todos que jogarem, e essa barreira linguística é triste.
COMEÇANDO A ANÁLISE DE UMA FORMA DIFERENTE
Resolvi começar a análise mencionando alguns pontos que considero “negativos” nesta aventura. São detalhes mínimos e decidi começar por eles e manter a análise até o final com o recheio saboroso do game.
A trilha sonora assim como alguns efeitos sonoros são aceitáveis, mas nada que se torne memorável como o resto do conteúdo. Mesmo com músicas cantadas (em japonês) no início e fim do game, queria mais alguns toques neste quesito. É ruim? Jamais! Mas faltou um pouco de ingrediente. O modo cooperativo também poderia ser mais robusto, visto que não tem a opção Online para jogar os mini games com amigos. Na realidade esse modo está no pacote apenas para enriquecer mais o que já é praticamente completo. Mas sim, faltou criatividade neste modo.
“HOMENS TAMBÉM CHORAM”
Do cliché e obvio a um final melancólico. Sem grandes detalhes para para não estragar a surpresa, mas o final deste game é simplesmente lindo, de arrancar lágrimas de marmanjo. Me vi em 1997, no final de outro game de plataforma que saiu para PS1, Klonoa: Door to the Phantomile, comparações que serão inevitáveis.
A história de Kirby and The Forgotten Land se passa em uma realidade paralela, a partir de uma fenda dimensional. É neste estranho lugar que o personagem rosa tem que resgatar os Waddle Dees, que estão aprisionados por uma entidade maligna e reconstruir a cidade em que vivem. Nesta aventura, Kirby recebe a ajuda de um ser místico, o Elfilin, que serve como guia e é pano central da história deste game. Vai por mim, o final deste game é um dos melhores que já vi no gênero em anos. Algumas passagens bizarras envolvendo Elfilin, te jogará na cara que este game não é tão “fofinho” em sua completa tradução.
abrindo o bocão
Impecável do começo ao fim. Seja Kirby possuindo as habilidades dos inimigos ou utilizando a “Mouthful Mode“, onde Kirby pode se transformar em objetos da vida real como carros, máquinas de refrigerantes, lâmpadas e muitos outros itens que de forma maluca é encantador. Tudo funciona deliciosamente bem com controles responsivos, sem erros de câmera ou engasgos na gameplay. Definitivamente, o supra sumo desta categoria.
Falando em poderes, as habilidades sugadas pelos inimigos é passível de upgrades na loja do Waddle Dees ferramenteiro. Os upgrades são obtidos após você recolher os pergaminhos, as blueprints, referentes a habilidade. Você também usará Rares Stones, adquiridas em desafios extras pelo mapa e cada habilidade você poderá dar upgrade do nível 1 ao nível 3 (máximo).
Durante a aventura principal, que já é acessível independente do nível de dificuldade escolhido, talvez você nem precise das habilidades no máximo. Porém, o game tem um mundo extra e alguns desafios em fases, que te obrigarão subir o nível das habilidades. Não o subestime. É acessível até certo ponto. Caso queira fazer 100%, a cena muda.
A performance do game é muito boa, mas não posso deixar de citar um fenômeno que ocorre em alguns games do Nintendo Switch, onde alguns personagens ao fundo ficam em FPS bem reduzidos. Acontece muito em Pokémon Legends: Arceus, Shin Megami Tensei V e outros. Não é nada que vá travar o game ou fazer você achá-lo mal otimizado, mas é visível esse fenômeno e muitos podem se incomodar.
CRIATIVIDADE ELEVADA A POTÊNCIA MÁXIMA E VISUAL DESLUMBRANTE
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Quando foi apresentado o primeiro Trailer, já se notava que o game seria um espetáculo visual. Muitos até achavam que o game seguira os padrões de Super Mario Odyssey na engine e ambiente 3D. Afirmo que mesmo não seguindo os moldes de cenário equiparáveis ao game do bigodudo, esse aqui está tão, ou até mais, lindo quanto o game do encanador no Nintendo Switch.
Para começar, a progressão se da em uma pegada 3D mais puxado para Super Mario 3D World do que Super Mario Odyssey. Mas isso é ruim? Não, não é mesmo. Kirby and The Forgotten Land tem um nível absurdo de cuidado com o level design das fases, unindo o que há de melhor em um game de plataforma e puzzle, sem se deixar ser repetitivo ou entediante. Quando você se der conta, já finalizou o game sem ver o tempo passar.
Os cenários são belíssimos e cheios de detalhes. Desde uma simples latinha que Kirby pode chutar, flores que se abrem ao serem tocadas, efeitos de fogo, água, e outros efeitos que irão fazer seus olhos brilharem, literalmente. É um espetáculo visual, tudo é muito bem modelado e encaixado em sintonia com o ambiente, seja ele um ambiente gelado, desértico ou floresta, é tudo muito vivo e surpreendente tamanho carinho e capricho da empresa com a parte estética, mostrando assim que o Nintendo Switch é sim capaz de apresentar beleza gráfica.
MUITO CONTEÚDO NO MUNDO DO ROSINHA
Eu finalizei o game no nível maior de dificuldade, com aproximadamente 12 horas e 46%. Não fiz os desafios extras de cada mapa (esses desafios servem para conquistar as rares stones, essenciais para dar upgrade nas habilidades.) Não fiz todas as missões, a maioria são escondidas e você tem que descobrir na raça, explorando as possibilidades, desta forma, o game te obrigará a repetir algumas vezes as mesmas fases para se fazer tudo, pegar os brinquedos colecionáveis e resgatar todos os Waddle Dees.
Falando ainda em missões, cada chefe tem as suas próprias também. Porém, você deverá usar certas habilidades normais ou com upgrades para cumpri-las, assim como realizar algum movimento contra o chefe. Se você não descobrir na hora, o game te apresentará ao final o que poderá ser feito da próxima vez que lutar novamente com ele. O game tem muitas missões nas fases, nos chefes e desafios extras em todo mapa. Também você ficará surpreso que serão liberados mundos extras e arenas do Meta Knight que testará suas habilidades no limite.
Você também poderá pescar, assistir a todas as cutscenes no cinema da vila, jogar e interagir em outros mini games. Poderá ler características de outros títulos da franquia no álbum que fica em cima da mesa na casa do Kirby, comprar Boost temporário para o personagem, dormir e se divertir tentando encontrar os brinquedos de todas as coisas deste mundo de Kirby nas “Capsuled Toys Vending Machine“, que são aquelas máquinas onde você coloca uma moedinha e sai um brinquedo que você nem sabe o que virá. Completar a coleção de brinquedos pode demorar um pouco, pois depende do fator sorte. Porém, muitos destes brinquedos você também pegará nas fases, geralmente estão bem escondidos. O game tem conteúdo de sobra, pode ter aí por volta de 30h no total para se fazer 100%.
MENÇÃO MAIS QUE HONROSA PARA OS CHEFES
Como se não bastasse todo conteúdo proposto pelo game, as batalhas contras chefes do game são bem divertidas com vários padrões de ataques. Eles sempre serão um desafio a parte. Você poderá derrotar todos apenas com o poder das estrelas que surgem no campo de batalha, a forma mais eficiente por sinal, ou testar alguma habilidade que fará diferença no combate. E sim, existe uma habilidade que fará o chefe sofrer literalmente, resta você descobrir qual habilidade é mais indicada para se equipar antes de entrar em batalha.
Lembrando que para se fazer 100% no game, você é obrigado a usar poderes e cumprir as missões da habilidade em questão. Embora a forma mais eficaz para derrotar um chefe é usando as estrelas de poder, recomendo você criar o hábito de usar habilidades.
Observação: Todos os chefes e mini chefes aparecem várias vezes em algumas fases e nas batalhas em arena, esteja bem preparado e bem habilitado.
Especificações do game na e-shop
ME RECOMENDA?
Essa pergunta nem deveria existir aqui: CLARO! Se você curte games de plataforma, se você tem carinho por obras da Nintendo, definitivamente tem que jogar essa maravilha em forma de game. Afirmo que Kirby and The Forgotten Land é o supra sumo dos games do gênero e o melhor do gênero de plataforma de 2022 sem sombra de dúvidas. A baixa dificuldade não é fator decisivo para te arrancar um sorriso se você encarar o game por sua proposta. Jogue!
