Se você gosta de jogos com uma pegada semelhante à de Bayonetta, Majogami, publicado e desenvolvido pela Inti Creates, certamente vai chamar sua atenção, mas não se engane, ele tem suas particularidades. Aqui, a ação acontece em 2D, com progressão por fases, e todo o visual é construído como se fosse feito de papel, o que dá ao jogo uma identidade única.
A história acompanha Shiroha, uma jovem que perdeu a memória e viaja ao lado de Shiori, seu pai, que foi transformado em papel. Armada com sua katana Kamikiri, ela percorre um mundo bizarro, cortando os horrores que surgem pelo caminho. Embora seja um plataforma 2D, é importante destacar: não se trata de um Metroidvania.
O jogo é dividido em atos e capítulos, que funcionam como mundos e fases. Cada mundo traz uma ambientação própria, com visuais distintos e chefes no final de cada arco. Apesar do estilo artístico parecer leve e até simpático à primeira vista, Majogami mantém uma atmosfera sombria e misteriosa do começo ao fim.
A temática de bruxas pode até remeter a Bayonetta, mas a jogabilidade segue um caminho bem diferente do que se poderia imaginar. Apesar de ser um jogo de plataforma 2D, sua mecânica é bastante peculiar: o foco está em realizar combos de cortes em inimigos ou em acertar múltiplos golpes em adversários mais resistentes.
No entanto, essa proposta acaba resultando em uma gameplay um tanto confusa, que não prende tanto a atenção do jogador. Como esse estilo se mantém praticamente o jogo todo, é natural que, em algum momento, a experiência se torne repetitiva, mesmo com a presença de variações de golpes ao longo da aventura..
De início, o jogo até empolga por trazer uma proposta diferente, mas essa sensação não dura muito. Em determinado ponto, começam a surgir inimigos que só podem ser derrotados por meio de combos específicos, e essa mecânica se repete até mesmo nas batalhas contra chefes. O problema é que o jogo praticamente “obriga” o jogador a usar esses combos, mesmo oferecendo outros golpes que acabam ficando de lado.
Por outro lado, o estilo de arte é realmente bonito, com cenários bem elaborados e uma ambientação que combina perfeitamente com a proposta de caça às bruxas. A trilha sonora também contribui bem para a imersão. Além disso, alguns estágios trazem elementos que interferem na jogabilidade, como ventos que afetam o movimento do personagem — um toque interessante que ajuda a dar variedade às fases.
O jogo também conta com uma loja de itens, liberada conforme o progresso na campanha. Nela, é possível adquirir melhorias que aumentam o dano, a vida, a barra de stamina, a velocidade e outros atributos. Vale a pena juntar recursos para investir nessas atualizações, escolhendo com cuidado quais aprimoramentos mais se encaixam no seu estilo de jogo.
Antes de iniciar cada fase, é possível escolher o nível de dificuldade, que vai do fácil até o “very hard”. Além disso, há um sistema de tempo que incentiva o jogador a testar suas habilidades, aumentando o desafio e tentando bater os próprios recordes. O jogo conta com legendas totalmente em português do Brasil e dublagem em japonês, o que já facilita bastante para acompanhar a história.
Apesar de apresentar bons pontos, a gameplay acaba sendo o principal fator que divide opiniões. Não é o tipo de experiência que vai agradar a todos, especialmente considerando o preço de R$ 189,99. Se esse estilo de jogo combina com você, pode valer o investimento — mas, caso seja apenas por curiosidade, talvez seja melhor esperar uma promoção.
The game offers an interesting concept, but its execution can become tiresome due to the repetitive combo system in its gameplay. Even so, it’s a bold and unique take on a 2D platformer.
[Nota do Editor: Majogami foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch 2. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Inti Creates para avaliação.]
