Dia 12 de Junho. Mais conhecido no Brasil como a data em que os corações apaixonados celebram o amor, que o sentimento pelo seu(sua) companheiro(a) se engrandece e toma conta do seu ser ao ponto de te fazer gritar para todos o quanto sua paixão é grande por aquele(a) pessoa com que você escolheu dividir sua intimidade. Há também aqueles que não querem nem saber dessa data e simplesmente fogem da internet para não sofrerem com a melosidade que inunda o mundo virtual.
Vamos aproveitar esse dia para falar sobre um dos “casais” mais famosos do mundo Nintendo, que permeia a mente dos Nintendistas e aparece em milhares de postagens que relembram os apaixonados desse maravilhoso universo. É claro que estamos falando do casalzão da p@##% das terras de Hyrule, do Herói e da Princesa, do grande portador da Master Sword e a detentora da sabedoria máxima, Link e Zelda! Mas calma lá, redator! Tá tendo um equívoco aqui! Eles são um casal?
Por incrível que pareça, essa pergunta é um tanto complexa de ser respondida. Racionalmente falando, não há nada afirmando que ambos tenham uma relação amorosa. Não há uma declaração explícita, aquele chamego de fato que evidencie a aproximação deles. Contudo, também não podemos falar que “não existe nada entre os dois”. Há diversos elementos na franquia que demonstram uma certa aproximação entre ambos.
Apesar de nunca haver essa confirmação, essa taxatividade de chamar de meu amor ou qualquer de outro apelido carinhoso que remetesse a uma relação, podemos observar em diversos momentos da franquia um sentimento de carinho entre Link e Zelda que vai além da honra de um cavaleiro de proteger sua princesa.
A construção dos personagens, além da mensagem objetiva que a Nintendo passa, é baseada na jornada do herói, na luta do bem contra o mal e na busca do ser especial para salvar não apenas o mundo da catástrofe, mas também a donzela em perigo. Também é importante observar que cada jogo aborda isso de maneira diferente.
Em The Legend of Zelda: Skyward Sword, Link e Zelda são amigos de infância, melhores amigos para ser mais exato, e o sentimento de que “é mais que amizade” é percebido de maneira muito sutil ao longo do jogo. Já em outro título da saga, Twilight Princess, podemos observar um relacionamento mais distante entre ambos, totalmente baseado no respeito hierárquico que a posição da princesa de Hyrule exige de seus súditos (além do fator de que Link foi o escolhido pelo destino para salvá-la).
Agora, vamos analisar minuciosamente como a série é desenvolvida para entender o relacionamento dos dois. Link e Zelda não são os mesmos em todos os jogos. (Salvo algumas exceções, como BOTW e TOTK.) Cada título traz uma reencarnação diferente dos personagens e uma nova dinâmica abordando suas vidas. Independentemente da reencarnação, diante dos eventos de Skyward Sword, eles estão SEMPRE destinados a se encontrarem, seja em qual época for. Antes de você pensar que é algo fofinho, isso não acontece por causa de um sentimento tão bonito, mas sim de uma maldição lançada pelo vilão Demise no fim de SS.
O que é admirável na franquia são as diferentes formas que a grande maioria dos jogos são desenvolvidos para chegar nessa união ocasionada pelo destino. É importante observar e se atentar a isso. Justamente pelas dinâmicas diferentes dos títulos, não se pode afirmar que ambos são um casal propriamente dito. Porém, há jogos em que podemos, sim, observar um sentimento envolvido.
Um exemplo claro do que falamos é a tríade The Legend of Zelda: The Wind Waker/Phantom Hourglass/Spirit Tracks. Os três títulos abordam as mesmas reencarnações, dentro da mesma linha do tempo, mas de modos totalmente diferentes em cada jogo.
Em WW, existe o sentimento que se resulta pela parceria ao longo da jornada e subentendido que eles ficarão juntos algum dia. O fardo que ambos carregam os une para enfrentar a batalha contra o mal, mas isso acaba unindo eles além deste propósito em comum. Em PH, essa relação já é mais distante, novamente se baseando na linha de cordialidade/respeito em prol do cumprimento do objetivo.
Em ST, contudo, vemos o quanto o sentimento na verdade é algo maior, pois fica implícita uma paixão, um encantamento um pelo outro. Este, aliás, é um dos jogos que melhor desenvolve os personagens nessa questão romântica, buscando nas alternâncias a conclusão daquilo que é observado no destino deles: se unirem, mas com um viés mais romântico.
Em The Legend of Zelda: Minish Cap (um dos melhores, na opinião de quem vos escreve), o relacionamento de Link e Zelda é bem implícito, no ponto de vista amoroso. A admiração que Zelda tem por Link é facilmente entendida como a afeição de alguém apaixonado. Eles se conhecem desde a infância e têm dentro de si aquele sentimento de inocência e um grande carinho mútuo envolvido. É algo muito parecido com o que acontece no já mencionado Skyward Sword, por exemplo. Ambos crescem juntos, têm uma relação de intimidade e nutrem um sentimento subentendido ao longo do jogo.
Dentro da relação dos dois, Ocarina of Time traz algo muito interessante a ser observado. Durante o encontro na infância, vemos apenas duas crianças, no auge de sua coragem (confundidas com ingenuidade), tramar contra o mal que assolaria o reino de Hyrule. Após alguns eventos do jogo, sabemos que Link fica aprisionado no Templo do Tempo enquanto uma corajosa princesa Zelda espera o herói “acordar”. É aqui o ponto onde eu queria chegar. (Caso não tenha jogado, pedimos que pule essa parte, já que falarei de um dos maiores plot twists da história dos games.)
Disfarçada de Sheik para se esconder de Ganondorf, Zelda acompanha a jornada de Link pelos templos nas buscas pelos Sábios o aconselhando de longe. Ao longo dessa jornada, o game mostra que o guerreiro Sheikah tem um olhar mais sentimental em relação a Link, deixando claro que há algo além de mera preocupação. À medida que o jogo se desenvolve, sabemos que o desfecho se dá de maneira triste, pois Link precisa retornar ao seu tempo de criança, deixando a princesa Zelda infeliz por ver seu herói partir. É simplesmente um final incrível para o melhor game de todos os tempos (claramente na opinião exclusiva desse redator)
Chegamos aqui aos jogos mais recentes da franquia e que melhor trabalham o desenvolvimento da história de ambos. Novamente, através da subjetividade diante dos dialógos abordados, é que tentaremos entender esse relacionamento.
Link aqui, é um cavalheiro que não cresceu com a Princesa, não desenvolveu laços de afetividade na infância e não construiu através da ingenuidade sentimentos por ela. O herói aqui, foi designado, muito a contra gosto de Zelda, para ser uma espécie de Guarda-Costas dela. Em diversos momentos da memórias mostradas em Breath of the Wild, vimos ela extremamente chateada com a presença de Link, que por muitas vezes se confunde com ódio, justamente porque aquele ser mudo, intrepito, sem esboçar nenhum sentimento, estar ali o tempo todo.
À medida que observamos que o perigo iminente da calamidade evolui, a relação de ambos segue o mesmo passo. Zelda passa a ver aquele jovem calado como alguém leal, em quem ela pode confiar e se sentir segura com sua presença. Ela vê que Link é muito mais do que alguém escolhido pelo rei para lhe acompanhar. Esses traços de admiração que se desenharam em BOTW são bastante evidentes em TOTK.
Link e Zelda passaram a morar juntos, não havendo uma informação objetiva se é algo momentâneo, por causa das pesquisas da princesa, ou se é uma situação permanente. Porém, o tratamento que os dois dispensam um ao outro é diferente; o carinho, o olhar, tudo isso é mais envolvente do que no jogo anterior, culminando com um desfecho que mostra talvez não um amor romântico, mas um amor baseado em cuidado, carinho, compaixão e querer o bem do outro, acima de tudo.
Aproveitando o ensejo, quero desejar a todos os casais Nintendistas um amor duradouro e de respeito. Amem-se e compartilhem sempre o que a vida proporcionar de bom para vocês. E para quem ainda não encontrou seu par, não se preocupe! Quem sabe o que o destino reserva para você? Seu Link ou a sua Zelda podem estar mais perto do que você imagina…
Feliz dia dos namorados a todos! (Peço licença para desejar um feliz dia dos namorados também à minha amada, que faz meus dias serem cheios de luz, tal qual o poder de uma Triforce!)
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