Meu nome é Ezequiel Covatti e eu quero falar de sentimentos, não apenas do Luigi. Essa coluna será dedicada a todos os fãs da Nintendo, em especial aqueles que são amantes dos anos 80 e 90 e vivenciaram a era de ouro dos três primeiros consoles da Big N. Irei falar de tudo que vivemos dos 8 aos 64 bits com muita informação, nostalgia e histórias, muitas histórias.
Mas se você é um pouco mais novo e não viveu toda essa época mágica, não tem problema, você vai viajar de carona comigo bem aí, confortavelmente em na sua cadeira! E sim! Iremos falar dos portáteis, do Game Cube, do Wii, viajando até nosso querido Switch!
Então se acomoda, relaxa, porque lá vem história…
Em 1989 eu ainda era apenas uma criança prestes a completar 4 anos, mas são exatamente desse ano minhas primeiras memórias como gamer. Eu tinha em mãos um controle estranho, uma alavanca e um botão vermelho ao lado e na tela uma esfomeada bolinha amarela comia tudo que via pela frente. Sim, Pac-Man do Atari, foi meu primeiro contato com vídeo games.
Em 1991 tive acesso ao meu primeiro “Nintendo”, na verdade naquela época diversos “clones” foram criados e um deles era o Dynavision, que nesse ano lançava o seu famigerado Dynavision 3. Foi nele que joguei os grandes sucessos da Nintendo na época, mas sem sombra de dúvidas, Super Mario Bros foi o jogo que mais joguei junto do meu irmão mais velho. E é exatamente nesse ponto que eu queria chegar, meu irmão mais velho.
Todo irmão mais novo já passou pela fase de querer jogar e o mais velho não deixava, as vezes era um primo mais velho, tio ou amigo. Por vezes entregava um controle desplugado do aparelho e nós em nossa inocência juvenil, nos divertimos achando que estávamos jogando, quando na verdade estávamos era sendo ludibriado. Também era nos repassado o controle mais zuado e defeituoso que tinha, ou quando tudo estava em perfeito funcionamento e o controle devidamente plugado, nos era dada a missão de sempre, controlar o Player 2.
Desde criança sempre “fui” o Player 2 e isso me fez automaticamente, inconscientemente, escolher todas as vezes o personagem secundário, como se ele fosse meu e somente meu. Foi a partir daí que o Luigi se tornou para mim o personagem principal da série, porque afinal de contas eu era o Luigi.
Isso se tornou um hábito em qualquer outro jogo, enquanto todos queriam o Sub-Zero eu preferia o Scorpion. Enquanto todos brigavam para jogar com o James Bond em 007 contra GoldenEye eu escolhia o vilão, jogos do Mickey, eu ia de Donald ou Minnie e isso meus amigos, perdura até hoje.
Lembro das manhã de sábado quando acordávamos bem cedinho para assistir uma maratona de desenhos e depois passar o dia todo jogando Mar.. que dizer Luigi. Era uma época difícil pois o acesso a jogos novos no Brasil não era algo tão simples, não tínhamos muitas informações o que tornava difícil descobrir novos jogos e fazia com que a gente jogasse inúmeras vezes os mesmos cartuchos a ponto de decorar cada detalhe dos cenários e inimigos.
A cada inovação gráfica, dos 8 para os 16 bits por exemplo, nossas cabeças piravam com os detalhes que víamos na tela. Aquela explosão de cores e sons era algo surreal nos anos 90. Mas mesmo com todas as mudanças e inovações o Luigi sempre teve um lugar especial no meu coração, talvez por ter sido o primeiro que quase que por obrigação se tornou o meu personagem. Hoje em qualquer game que tem os bigodudos, o Luigi já tem dono e sempre é a minha escolha.
Quem sabe talvez, ainda criança, o Luigi é quem tenha me escolhido.
[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]
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