E chega ao fim o ano de 2024, nintendistas. Um ano para a Nintendo que pode ser caracterizado como morno e com claras evidências de transição, com um período menos aquecido para o Nintendo Switch, tanto em termos de lançamentos quanto no quesito financeiro. Talvez seja até um tanto injusto encarar dessa forma, visto que o sucesso implacável do console híbrido naturalmente chegaria a uma fase em que os fãs poderiam percebê-lo de maneira mais discreta, ainda mais depois de 7 anos de existência e com um sucessor prestes a ser revelado.
Mas será que foi morno mesmo? Será que não houve alguns destaques que possamos mencionar para mostrar que 2024 foi um ano bom para a marca? Então, venha com a gente relembrar alguns momentos marcantes e provar que o ano valeu a pena.
O Ano das Heroínas
Não poderíamos começar este texto sem enaltecer os jogos que trouxeram as primeiras aventuras das princesas da Nintendo como protagonistas. A Princesa do Reino do Cogumelo, ainda que já tenha sido personagem jogável em outros títulos, brilhou em Princess Peach Showtime, lançado em 22 de março. O jogo veio cercado de grandes expectativas, especialmente após a presença marcante da personagem no filme Super Mario Bros., rompendo com a antiga perspectiva de que ela seria sempre a princesa a ser resgatada.
O jogo acabou sendo vítima exatamente da própria expectativa criada. Apesar de oferecer uma boa aventura e uma dose considerável de diversão, foi considerado por muitos jogadores como um tanto simplista, passando a sensação de que poderia entregar mais, embora tenha agradado a boa parte dos nintendistas.
A Princesa de Hyrule foi outra personagem feminina que ganhou destaque, finalmente estrelando um jogo solo. Em 26 de setembro, o mundo conheceu The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom, um título ansiosamente aguardado pelos fãs da franquia, marcando a primeira vez em que Zelda foi a protagonista. Ao contrário de Princess Peach Showtime, o jogo correspondeu às expectativas, apresentando uma trama original que manteve a essência característica da saga. Além disso, trouxe um mundo aberto com perspectiva isométrica em 2D, característica dos jogos antigos, reacendendo a esperança de que essa fórmula promissora seja explorada mais vezes no futuro.
O que pode ser extraído de bom disso tudo é a esperança de ver que a Nintendo está cada vez mais disposta a explorar seu vasto conteúdo, saindo da mesmice de alguns títulos e inovando ao trazer personagens queridos pelos fãs em aventuras solo. Que isso se torne, cada vez mais, uma tendência.
Embora não tenha sido lançado este ano, outro jogo protagonizado por uma heroína nintendista merece menção neste capítulo. Afinal, Metroid Prime 4 deixou de ser uma lenda e finalmente deu um vislumbre do que podemos esperar, com direito a uma prévia da gameplay e a revelação de um subtítulo que confirma a existência do jogo (ao contrário do ceticismo de muitos no início do ano, não é verdade?!).
Remasters e títulos inusitados
Outro ponto a se observar neste ano, talvez já esperado por muitos desde janeiro, é o fato de a empresa ter apostado em alguns remasters ao longo do período (além de já ter mais dois prometidos para o ano que vem). Mario vs. Donkey Kong, Luigi’s Mansion 2 HD e Paper Mario: The Thousand-Year Door foram títulos lançados ao longo do ano e que dividiram a opinião do público.
Enquanto Paper Mario foi agraciado e exaltado (apesar da ausência da tão desejada localização em PT-BR), os outros dois títulos sofreram críticas que variaram de serem considerados jogos fáceis a questionamentos sobre a qualidade do trabalho de remasterização. Isso acabou gerando um temor sobre o que seria o segundo semestre da Nintendo, que até então parecia nebuloso e incerto devido à falta de novidades, só reveladas em junho, durante a Nintendo Direct. O receio de um segundo semestre sem animação também foi amplificado pelo lançamento de Endless Ocean: Luminous, que, embora ostente um visual deslumbrante, não foi tão bem aceito pelo público.
Ainda que a Direct tenha alegrado os fãs com títulos como Super Mario Party Jamboree, Echoes of Wisdom e Mario & Luigi: Brothership, a retrospectiva da Nintendo em 2024 merece uma grande menção a Emio: The Smiling Man. Afinal, foi um dos maiores surtos coletivos entre os fãs da Nintendo neste ano. O título teve uma recepção positiva e vendas consideradas boas para um jogo de um nicho tão específico, mas certamente as expectativas e teorias criadas após o misterioso primeiro trailer passaram longe da realidade de ser um novo Famicom Detective Club.
Resultados Financeiros
Switch vendeu mal? Nintendo desesperada? Ações da Nintendo caindo, e agora? Quantas dessas manchetes ilustraram vídeos, notícias e rodas de conversa sobre a Big N em 2024? Os resultados financeiros da empresa neste ano deram o que falar, ainda que, em nenhum momento, representassem de fato algo preocupante.
Talvez o que tenha gerado algum temor entre os fãs foi o fato de os resultados trimestrais frequentemente apresentarem números abaixo das expectativas. Muitos fãs ainda acreditavam que o Switch já deveria ser, neste momento, o console mais vendido de todos os tempos. No entanto, não atingir (ainda) tal marco não significa que o ano foi fraco financeiramente falando.
É importante sempre lembrar que os resultados financeiros divulgados usam como régua de comparação o ano anterior, e 2024 foi, de certa forma, injustiçado por ter a difícil missão de suceder 2023 — um ano em que a empresa quebrou recordes de vendas, muito graças ao sucesso comercial e de crítica de Tears of the Kingdom.
Financeiramente, a Nintendo está muito bem, obrigado. A oscilação nas ações, em nada, indica uma crise. Afinal, variações no valor de mercado são normais e podem ser influenciadas por fatores externos, como a crise econômica que o Japão enfrentou este ano, afetando várias empresas japonesas. Uma prova da estabilidade da Nintendo é o aumento recente em suas ações, que alcançaram os maiores valores de sua história.
Nintendo e Brasil
Finalmente, os desejos dos nintendistas brasileiros começaram a se realizar. Não apenas pela presença massiva da empresa em eventos gamers realizados em solo tupiniquim, como foi o caso da Gamescom Latam, da BGS e da CCXP, que contaram com grandes stands da Big N, proporcionando ao público uma aproximação cada vez maior com a marca.
Embora importante, também não nos referimos apenas ao fato de a Nintendo ter comercializado, pela primeira vez em solo nacional, uma edição de colecionador de um de seus jogos. Foi o caso de Nintendo World Championships: NES, que se revelou um verdadeiro sucesso por aqui.
Sem dúvidas, o que mais alimentou a felicidade dos fãs foi, finalmente, ver grandes títulos da Nintendo localizados em nosso idioma. The Legend of Zelda, Mario, e outros jogos icônicos trouxeram a emoção de acompanhar nossos personagens favoritos falando em português. Foi uma experiência única, com expressões do nosso cotidiano dando vida às histórias e aproximando ainda mais os jogadores brasileiros desses universos tão queridos.
Depois de tantas campanhas, tantos pedidos, é acalentador ver finalmente recebermos esse olhar com carinho e ver que cada vez mais, possamos ter a atenção que tanto desejamos.
ProjectN
E, é claro, que em um momento de retrospectiva, nós da ProjectN não poderíamos deixar de agradecer pelo seu apoio em continuar acessando o site para acompanhar as notícias da sua marca favorita. Este foi, particularmente, um ano de grande felicidade para nós, marcado por diversas parcerias formadas, entrevistas realizadas, nossa entrada no OpenCritic e, acima de tudo, pelo sentimento de que estamos fazendo o que amamos, algo que vocês têm acompanhado de perto e manifestado um apreço pelo que fazemos
Em nome de toda a equipe, um obrigado a todos que fazem esse site continuar vivo, por nos darem a oportunidade de que mesmo que ainda pequena, de podermos contribuir com o amor da marca e que 2025 possa vir com muito mais realizações. A você, que esta na praia, em viagem ou até mesmo no sofá de casa, pronto(a) para o réveillon, um muito obrigado e um feliz 2025 para você. Here we Go!
