Lançado em 3 de outubro, Sword Art Online Fracture Daydream, publicado pela Bandai Namco e desenvolvido pela Dimps, traz uma experiência mais próxima do universo d visto no anime. Com uma história original repleta de mistérios e modos multiplayer, o jogo promete ampliar sua longevidade.
A narrativa começa no mundo de Alfheim Online, onde assumimos o controle de Kirito, continuando os eventos logo após o último arco do anime. Para compreender alguns detalhes mais profundos, como a origem dos personagens, é recomendado assistir a série animada, mas o jogo oferece um menu especial com memórias e flashbacks que recapitulam os eventos anteriores. Logo no início, uma figura misteriosa, revelada como a Administradora, surge para acompanhar o protagonista e guiar o desenrolar da história.
No mundo do jogo, é apresentado um novo sistema de VR chamado Galaxia, que consegue acessar facilmente as lembranças dos jogadores e simular suas últimas batalhas. Esse programa ainda estava em fase de testes, mas, por algum motivo, ele começa a funcionar incorretamente, transportando os jogadores para um mundo onde suas lembranças estão confusas. Isso leva amigos e inimigos a se unirem para descobrir o que está acontecendo e tentar reverter a pane causada pelo sistema.
Logo no início, conhecemos dois personagens originais da história: Fuuka, uma playtester do jogo, e Neige, uma I.A. de navegação. A narrativa é convincente, mesclando momentos divertidos com situações sérias, e é bem direta ao ponto. Há cenas memoráveis, como o Death Gun de Gun Gale Online soltando frases assustadoras ou o Klein de Sword Art Online tentando flertar com a ADM de Alicization. A história é curta em comparação com o tempo que levei para jogar Alicization; em cerca de 15 a 20 horas, você provavelmente conseguirá concluí-la.
Se você gosta do anime, vai adorar, já que a história está bem amarrada e repleta de fanservice. No entanto, não espere um aprofundamento nas relações dos personagens: a narrativa é apresentada em cutscenes e diálogos, seguidos pela exploração de mapas onde encontramos a mecânica de batalha.
Fracture Daydream é dividido em capítulos, e após cada episódio recebemos recompensas baseadas em nosso desempenho nas batalhas ou nos itens coletados no mapa para fortalecer nossos personagens. Infelizmente, esse sistema torna o jogo repetitivo rapidamente. O modo história e as missões servem apenas para desbloquear personagens. No entanto, as batalhas mantêm um estilo bem divertido, lembrando bastante o anime, com boas animações e habilidades exclusivas para cada personagem. Alguns personagens voam pelo mapa, outros são fortes e ágeis, e até usuários de armas aparecem.
As batalhas seguem um sistema de Hack and Slash, permitindo desferir combos variados com movimentação livre para os personagens. Há ataques leves e básicos, ataques pesados, três habilidades especiais e uma habilidade final poderosa para cada personagem. Como mencionado, o jogo reúne amigos e inimigos de todo o universo Sword Art Online, resultando em diferentes classes: alguns personagens focam em defesa, outros em combate corpo a corpo, e há também magos, como a ADM. É interessante notar que o jogo oferece uma enorme variedade de estilos de combate, agradando a todos os tipos de público.
Quando você causa dano suficiente aos chefes de um mapa, pode aparecer um ataque especial no HUD, chamado Sequência Alternada, que consiste em combos cooperativos entre os personagens selecionados. Em cada episódio, você pode escolher os personagens que irão batalhar ao seu lado, desde que já estejam desbloqueados.
Durante a exploração, encontramos baús que podem conter itens chamados Mods, que concedem melhorias aos personagens. No entanto, só é possível usar um por personagem. Se encontrar outro Mod que queira utilizar, basta trocá-lo pelo atual, ou mantê-lo, caso prefira. No modo história, a variedade de oponentes não é muito grande; alguns inimigos se repetem várias vezes no mapa, e você pode até enfrentar o mesmo golem de pedra em diversos episódios. Mas não se preocupe: o jogo ainda oferece chefes bem criativos que despertam a vontade de explorá-los mais a fundo.
O jogo possui dois tipos de ranking: um para o jogador e outro para o personagem. Ambos aumentam conforme as missões são concluídas. O ranking do jogador libera mais missões, enquanto o ranking do personagem cresce com o uso de um personagem específico. Isso causou certa frustração, pois a experiência da missão vai apenas para o personagem líder da exploração, o que obriga o uso desse personagem para desbloquear melhorias ou skins. Essa mecânica intensifica a sensação de repetição, já que é necessário revisitar missões para ganhar XP, enfrentando os mesmos inimigos. No entanto, usar diferentes personagens torna essa experiência mais interessante — mesmo que eu não gostasse tanto de um personagem específico, ainda me motivava a coletar seus itens, o que gerava uma mistura de emoções.
Ao completar uma missão, recebemos itens como recompensa, e esses itens são compartilhados entre personagens da mesma classe. Por exemplo, itens adquiridos para um mago podem ser usados por todos os magos desbloqueados. À medida que avançamos nas missões e exploramos, conseguimos armas mais fortes com efeitos variados para os personagens. Além disso, também é possível criar armas e acessórios na forja do jogo.
Como está o visual jogo? Aqui é onde você pode se alegrar, pois ele está muito bonito. Utilizando gráficos em cel-shading, os personagens estão bem semelhantes aos do anime, e o jogo oferece uma variedade de cenários detalhados que ajudam a envolver o jogador na história. A direção de arte fez um trabalho impressionante que chama a atenção, mesmo no Nintendo Switch, respeitando as limitações do estilo gráfico e criando um mundo visualmente satisfatório.
Além do modo história, o jogo possui um modo de mundo aberto, onde é possível testar seu personagem online em um ambiente com até 20 jogadores. Infelizmente, achei esse modo pouco significativo, pois não oferece muitos recursos adicionais que o modo história não poderia suprir.
Ainda assim, o jogo traz outros modos interessantes, como o Boss Raid e o Cooperativo, onde você se junta a outros 20 jogadores para batalhar contra inimigos. O que torna o multiplayer mais dinâmico é a funcionalidade de cross-play entre todas as plataformas, facilitando encontrar jogadores para as aventuras.
Por fim, a rejogabilidade do jogo pareceu um fator crucial para a Bandai, mas resultou em sistemas complexos e repetitivos, como a criação de cristais de memória e a limitada variedade de modos. Talvez, com uma expansão futura, isso possa ser melhorado. Um ponto que me incomodou foi a interface (HUD) do jogo: apesar dos gráficos e dos mapas serem bonitos e bem trabalhados, o HUD é visualmente pouco atraente e não acompanha a qualidade estética do resto do jogo. Além disso, as recompensas das missões são baseadas em um sistema de RNG, o que significa que dependemos da sorte para conseguir bons itens, o que pode ser frustrante em alguns momentos.
[Nota do Editor: Sword Art Online: Fracture Daydream foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Bandai Namco para avaliação.]
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