A cada dia mais o cenário de desenvolvimento de jogos tem crescido no Brasil. São diversos os grupos que tem mostrado seu potencial absurdo a cada novo titulo lançado, provando que o mercado tende não só a crescer como a melhorar sua qualidade cada vez mais. Dentro dessa realidade é quase impossível não destacar o papel da JoyMasher e seus títulos fantásticos como Oniken, Odallus e Blazing Chrome, jogos não só de altíssima qualidade como de grande sucesso em meio ao público. Agora a JoyMasher nos presenteia com um grande titulo que tem tudo para se tornar um clássico contemporâneo. Esse, meus caros, é Vengeful Guardian: Moonrider.
Estamos falando de um jogo em estilo plataforma, sidescrooling 2d que busca trazer todo o espirito do auge do estilo na era 16bits. Com cenários feitos num pixel art sombrio, ação frenética e jogabilidade simples porém divertida Moonrider (vamos nos referir ao jogo dessa forma) traz todo o espirito de aventura que os grande títulos dos anos 90 nos proporcionaram.
Fora a Ditadura!
Moonrider se passa em um futuro distópico onde o mundo vive imerso em um sistema ditatorial. Para manter esse estado ditatorial os governantes construíram Super soldados dotados de poder para proteger determinadas áreas de rebeldes que buscam derrubar o governo. O que esses ditadores não esperavam é que justamente uma de suas criações, o soldado Moonrider, iria conseguir se rebelar contra sua própria programação e buscar derrotar não só os grandes lideres do governo mas a cada um dos seus antigos companheiros.
Com essa temática futurística o jogo apresenta uma direção de arte carregada de elementos bélicos, cyberpunk e atmosfera sombria. Isso faz com que tudo a sua volta tenha esse ar de destruição ao mesmo tempo em que os governantes da história tentam vender um ar de que tudo está em paz e prosperando. É por isso que toda a história traz um ar revolucionário, onde o grande ponto e lutar pela liberdade do povo que sofre por falta do básico para a sobrevivência. Para Moonrider não existe possibilidade de perdão, se for preciso ele irá até as ultimas consequências para derrubar os lideres do estado totalitário. Ou seja, sem anistia!
É muito nítido a influencia de fatos vividos pela humanidade dentro do desenrolar da história o que faz com que o jogador facilmente associe o que está sendo contado ali com realidades atuais. Mas não espere uma narrativa extremamente densa ou algo do tipo. Estamos falando de um pano de fundo muito bem pensado, mas que, infelizmente, muitos vão simplesmente ignorar e focar na diversão.
Jogabilidade frenética e divertida
Se a história pode ser algo que muitos irão desconsiderar (apesar de eu ter me prendido muito a ela) o que não passa despercebido durante a aventura é a jogabilidade. Lembro de quando vi o primeiro trailer do jogo e logo me encantei com a agilidade do protagonista e o quão fluido o combate aparentava. Antes que perguntem: Sim, tudo isso foi correspondido! Contudo lembro de ficar com o pé atrás pois parecia muito complexo e desafiador tudo ali, mas, na verdade, a curva de aprendizado acabou sendo bastante satisfatória tornando o jogo justo.
A ideia por trás da aventura é bastante simples: Você controla um robô tendo que escolhe em qual ordem as áreas disponíveis serão exploradas. Cada uma delas é composta por inimigos diversos e ao fim apresenta um dos super soldados para serem derrotados. Cada um desses super soldados irá te conceder um poder que poderá ser usado para combater de maneira mais eficaz o super soldado da próxima área. Sim, essa explicação serve tanto para Moonrider quanto para outra franquia que amamos: Megaman. É simplesmente impossível não fazer o paralelo entre os jogos pois a inspiração é muito forte. E isso, meus amigos, é algo excelente! Pois Moonrider não só homenageia uma franquia clássica como faz isso de uma maneira prazerosa, bonita e eficiente. Traduzindo: O jogo é muito divertido.
Agora não pense que a inspiração faz do jogo uma mera cópia do estilo. Moonrider consegue trazer elementos novos como algumas fases contendo estilos diferentes de jogo em seções especificas, tais como: pilotar uma pequena nave, escolher rotas diferentes dentro da mesma área ou até mesmo controlar uma moto fazendo do jogo algo estilo Top Gear 2000 com muitos tiros, obstáculos e explosões. Outra diferença apresentada por Moonrider fica por conta dos chamados módulos de poder. No total de 12 os Módulos de poder são melhorias para seu personagem que podem ser encontradas em salas secretas de cada área. Contudo o protagonista possui apenas 2 slots de melhoria, o que acaba obrigando o jogador a criar estratégias de combinações para melhoras o seu desempenho de acordo com a área escolhida para ser desbravada.
Além de tudo isso Moonrider é um personagem rápido, o que faz do jogo uma aventura muito dinâmica. Em posse de uma espada você terá de derrotar inimigos usando não só a violência como também a inteligência. Com sua lâmina é possível aparar alguns tiros além de realizar cortes enquanto corre em direção aos adversários. Golpes aéreos também são um ponto forte do protagonista. Voadoras precisas podem não só derrotar inimigos como também te salvar de outros perigos a sua volta! Além disso é possível dar saltos quicando nas paredes e alcançar áreas e inimigos que parecem muito distantes. A combinação de todas essas habilidades iniciais com as que você irá adquirir ao longo da história faz com que suas capacidades sejam testadas ao limite!
Eu queria mais…
Talvez apenas dois são os problemas para Moonrider: Trilha sonora / efeitos de som e a sua curta duração. A trilha sonora não é necessariamente ruim, mas achei ela um pouco repetitiva. Efeitos sonoros usados de forma repetida em algumas ações tornaram essa parte um pouco genérica. Já a aventura foi possível realiza-la praticamente 100% em apenas 3h, o que me deixou com um gostinho de querer mais e mais daquela jogabilidade gostosa e história envolvente. Vale ressaltar que esse tempo é normal para os jogos desse estilo, mas não dá para dizer que não queria jogar mais. O que acaba salvando Moonrider desse problema é o sistema de Ranking que ele apresenta. Ao final de cada fase uma nota é concedida ao jogador baseado no tempo gasto, danos, itens etc. A busca por conseguir Rank S em todas as áreas faz com que o fator Replay do jogo seja satisfatório. Acredite, não será fácil conseguir isso, a maioria das fases eu terminei em rank C!
Um grande acerto!
Mais uma vez a JoyMasher e seus membros conseguiram nos entregar um grande título. Sem dúvida alguma Vengeful Guardian: Moonrider tem tudo para ser um grande sucesso entre os amantes da era 16bits mas também entre novos jogadores. Parabéns aos seus criadores e já estou na espera de uma continuação (sim, eu acredito que seja possível ok!)
[Nota do Editor: Vengeful Guardian: Moonride foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela The Arcade Crew]
