30 anos de Chrono Trigger: Sempre foi sobre esperança

30 anos de Chrono Trigger: Sempre foi sobre esperança

Hoje, 11 de Março de 2025, comemora-se o aniversário de trinta anos desse jogo tão marcante na memória dos seus jogadores e também tão importante para a indústria de games. Chrono Trigger começou como um projeto despretencioso de um grupo de renomados profissionais e conquistou seu espaço no coração de muitos na década de 90.

30 anos de Chrono Trigger: Sempre foi sobre esperança

Aos que não conhecem o jogo, Chrono Trigger é um JRPG desenvolvido para Super Nintendo em 1995 pelo chamado “Dream Team” da época que era composto por nomes como Akira Toriyama (sim, o autor de Dragon Ball), Yuji Horii (autor da série Dragon Quest) e Hironobu Sakaguchi (autor da série Final Fantasy) e foi publicado pela Square Soft, na época antes de sua fusão com a Enix Software.

Chrono Trigger – Abertura no Super Nintendo

Concepção e época

Há muitos artigos, livros, vídeos sobre o jogo e seu desenvolvimento na internet e todos eles contemplam o mesmo fato, o que foi feito ali jamais conseguiram reproduzir novamente. Ao que tudo indica, o entrosamento entre as mentes pensantes era de tal forma que em um pequeno brainstorm as ideias surgiam e eram complementadas uns pelos outros, e com isso tivemos a trama principal elaborada em poucos dias. Após isso, levaram a ideia a frente e com a chegada dos diretores Takashi Tokita, Yoshinori Kitase e Akihiko Matsui o que era apenas ideia acabou ganhando forma.

Aos que já jogaram o título, percebem que a frase acima parece ser mentira pois a trama é complexa demais e envolve diversas idas e vindas, e é claro, diversos paradoxos que mesmo hoje não conseguimos nem somos capazes de explicar. Porém é justamente nisso que mora a magia e o brilho desse jogo, afinal é um jogo, é uma história de fantasia com viagens no tempo que carregam consequências de uma era para outra e isso acarreta em cerca de 13 finais diferentes (contando game over e a versão de Nintendo DS).

Agora vem comigo nessa somatória de fatos:

  • o ano é 1995
  • em um cartucho de SNES cuja capacidade máxima de memória padrão não passava de alguns megabytes (o jogo pesa 4Mb)
  • tendo que gerenciar nesse espaço todos os sprites, cenários de fundo, efeitos de paralax, efeitos sonoros, trilha sonora, capacidade de save, transições, mecânica de batalha ativa, menus, scripts e o jogo em si…
  • e ainda ter 13 finais diferentes

Isso é insano!

Tão insano que esse projeto tinha tudo pra dar errado, foi um tiro no escuro e sem arrependimentos. Mas rendeu tanto que marcou a história da indústria dos JRPG. Nada igual surgiu após isso, nem mesmo sua continuação, Chrono Cross, que foi lançado quatro anos depois em 1999 conseguiu ser tão marcante quanto seu antecessor, Chrono Trigger.

Não sai da memória

Tudo que há nesse jogo, aos que jogaram e claro gostaram, é memorável a ponto de gerar em nós a nostalgia necessária para que caminhemos em busca de novos conteúdos diversos sobre o jogo. Documentários, revistas, reproduções, versões traduzidas, orquestradas, obras de arte…

E por falar em trilha sonora, foi nesse jogo que conheci a obra e carreira de Yasunori Mitsuda, do qual passei a consumir muitos de seus trabalhos e inclusive jogar títulos apenas por saber que estava envolvido na composição da trilha sonora daquele título. Quero inclusive compartilhar com vocês uma versão adaptada de uma das melhores trilhas de Mitsuda em Chrono Trigger.

Porém, assim como a fome de Lavos, isso pode nos saciar por um momento… mas nunca é o suficiente.

30 anos de Chrono Trigger: Sempre foi sobre esperança

Entre o passado, presente e futuro

Em trinta anos de existência muita coisa pode acontecer e de fato aconteceu. Nós que eramos crianças na época já crescemos (ao menos boa parte), alguns de nós ja temos filhos ou ainda houveram aqueles que já partiram. O mundo girou, Lavos não acordou, mas essa história ainda deixa o gostinho de que poderia mais sabe? Ainda queremos mais, e com isso caimos em algumas armadilhas de marketing: “Os sucessores espirituais”.

De uns anos para cá tivemos uma grande onda desses auto proclamados “Sucessores Espirituais” alegando trazer de volta à vida as sensações que Chrono Trigger nos gerou em seu tempo, mas sinto informar que todos falharam… Sea of Stars, Chained Echoes, Oninaki, Lost Sphear.. todos esses em algum momento disseram ser um sucessor ou trazer elementos que pudessem saciar nossa saudade com mecânicas semelhantes ou plots parecidos.

Ainda assim, Chrono e sua turma são incomparáveis e estão em um pedestal no pódium de muita gente. Incomparavel, amplamente portado e extremamente ansiado por todos nós, Chrono Trigger chega aos seus trinta anos com muita saudade pelo seus fãs e com a pequena chama da esperança firme e acesa em nossos corações. Esperança de algo novo, talvez um remake nos moldes HD-2D como vemos tantos ultimamente, ou ainda algo novo pra revigorar a saga e quem sabe amarrar as poucas pontas soltas que essa história nos deixou (ou criar novas como um Final Fantasy 7 Remake por exemplo).

Esperança, o cerne do jogo. Esperança, em um retorno.

Esperança essa que resiste e perdurará mesmo que cheguemos aos confins dos tempos e precisemos conversar com um tal de Gaspar….

Não sei quão influente é o Guru do Tempo, mas antes mesmo de falarmos com ele, tivemos noticias que mais uma vez atiçam a chama da esperança.

Veremos o que o futuro nos aguarda!

30 anos de Chrono Trigger: Sempre foi sobre esperança


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Desenvolvedor, gamer, marido e pai de pet. Um fã de Zelda, Monster Hunter, RPGs e Metroidvanias, que ama dar risadas, desenhar, jogar e reclamar que não tem tempo para fazer isso mais vezes.