Pokémon Brilliant Diamond & Shining Pearl são os novos lançamentos para a famosa franquia da Nintendo lançado agora em novembro de 2022. O jogo é um remake dos antigos jogos de DS que narram a aventura de um jovem treinador Pokémon na região de Sinnoh. Seguindo a clássica jornada de ser o maior treinador Pokémon, ao passo que também frustra os planos de uma organização maligna, como de costume da franquia. É desenvolvido pela ILCA e publicado pela Nintendo.
AS POLÊMICAS
É bom ressaltar que, como analista, meu único intuito é avaliar o que este jogo oferece, sem levar em conta expectativas próprias ou de outros. Para alguns, o fato de este jogo adotar uma direção artística diferente do remake Let ‘s Go Pikachu & Eevee! possivelmente é um ponto negativo e, de fato, o jogo não tenta ser minimamente parecido com o remake citado, buscando na verdade a fidelidade com o jogo original de Nintendo DS, o que obviamente traz qualidades e defeitos, que serão abordados ao longo da review.
DIREÇÃO ARTÍSTICA E DESIGN
O jogo segue a direção artística do original, trazendo de volta o estilo Chibi, comum nos jogos antigos da franquia e de tantos outros jogos clássicos, geralmente RPGs como Final Fantasy VII e etc.
Dentro do que se propõe a fazer, o jogo está muito bonito, os Pokémon estão bem representados no 3D, as cidades ficam belíssimas no novo visual, sem perder a essência do original. Ainda assim, sabemos que o Switch consegue entregar gráficos com qualidade superior, e mesmo mantendo o estilo utilizado, as texturas e a qualidade geral poderiam ser melhores, como ocorreu com The Legend of Zelda: Link ‘s Awakening.
O jogo parece ser otimizado para o modo portátil, onde seus gráficos ficam mais atrativos do que na tela da TV. Um ponto bastante positivo são as animações em batalha, dos golpes dos Pokémon e etc, afinal, Pokémon Sword & Shield sofreu duras críticas quanto a isso. Os Pokémon se movimentam bem nas batalhas, os poderes especiais como raios de luz, bolas de escuridão, estão ótimos, ainda assim alguns movimentos ainda são bastante “duros” e é algo que a franquia precisa evoluir logo.
A iluminação e reflexo são os pontos altos da direção do jogo. As cidades ficam lindas ao pôr do sol, as sombras são bem trabalhadas de acordo com a posição do sol e nuvens. Os cenários de batalha são um show visual, pois eles são bastante variados: cavernas, florestas, montanhas geladas, áreas vulcânicas, praias e muito mais, e todas elas possuem variação de tempo (manhã, tarde e noite). Meus cenários preferidos são os que possuem água, que refletem belamente o que acontece a cada momento do confronto.
Uma ótima adição é a que agora o treinador Pokémon aparece nas batalhas com o movimento da câmera, o que possibilita que o jogador veja a roupa que comprou para ficar mais estiloso.
Outro ponto alto são as expressões de derrota dos rivais treinadores, a qual é muito bem feita e é uma das adições que tornam o jogo mais atual do ponto de vista técnico.
TRILHA SONORA E EFEITOS SONOROS
A trilha sonora é ótima, trazendo de volta as músicas do jogo original e deve agradar na parte da nostalgia. Ainda sofre do erro comum de RPGs, que mesmo com uma grande variedade de músicas, acabam se tornando repetitivas nos momentos de batalha, pois a variedade é melhor ouvida nas músicas temas de cada cidade.
Os efeitos sonoros estão muito bons: barulho de pisos de madeira, mato, areia e etc. Os Pokémon ainda se expressam bastante por seus “rugidos”, o que é excelente, mas alguns deles parecem que utilizam o mesmo trabalho de áudio de anos atrás, tecnicamente falando, é possível perceber que o áudio está com uma qualidade inferior.
GAMEPLAY E DIVERSÃO
O jogo tenta ser um remake fiel, então quem está familiarizado com a franquia e o jogo original, se sentirá em casa. O objetivo é montar sua equipe com os melhores Pokémon que você encontrar na natureza e se tornar o melhor treinador da região, conseguindo todas as insígnias e derrotando por fim a elite da Liga Pokémon.
Além da óbvia busca por completar a Pokédex (sistema que cataloga as criaturas), o jogo também possui atividades extras, como plantar e colher frutas para cozinhar bolinhos para seus Pokémon, participar de concursos de beleza, que envolve um minigame de ritmo e por fim explorar o subterrâneo de Sinnoh. Esta última é a mais divertida, pois lá é possível procurar por Pokémon poderosos em diferentes biomas, num belo cenário que mostra os Pokémon andando livremente pelas áreas, permitindo ao jogador escolher qual irá enfrentar.
Além disso, é possível minerar nos subterrâneos, procurando por pedras preciosas e estátuas raras que representam os Pokémon, adicionando mais um nível de colecionismo para os fanáticos da franquia. Minerar é um minigame bem simples, mas que me divertiu bastante pois permite um descanso das batalhas e possui alto grau de recompensa.
A jogabilidade é um dos aspectos que o remake deveria dar conta de atualizar. Alguns elementos de qualidade de vida foram adicionados, mas outros deveriam ser implementados, como por exemplo, pular a animação inicial de batalha (você verá o mesmo lançamento de pokébola o jogo todo).
Outro aspecto que segue na franquia toda são as batalhas “obrigatórias” contra treinadores. Eu sei que é um elemento de toda a franquia, mas pessoalmente penso que é algo que já está defasado. É incômodo ser obrigado a enfrentar 7 treinadores a caminho de uma cidade com pouca ou nenhuma possibilidade de contornar o adversário. Eles ficam no caminho que o jogador terá que passar, obrigando o início da luta. Se os encontros contra Pokémon selvagens podem ser evitados com repelente à escolha do jogador, por quê o mesmo não pode ser feito contra os treinadores? Espero que futuramente adicionem a possibilidade de aceitar ou não estes confrontos, pois ao fim do jogo, principalmente na última sessão até a Liga Pokémon, os confrontos já estavam em demasiadamente frustrantes.
O jogo é divertidíssimo, com grande variedade de atividades e uma quantidade espantosa de criaturas: são mais de 400 Pokémon, todos os de Sinnoh e os das gerações anteriores, com alguns específicos para serem capturados em cada versão do jogo.
O sistema de forças, fraquezas e natureza dos Pokémon é um sistema antigo, mas que funciona super bem e é prazeroso de planejar as batalhas pensando nas mais diferentes possibilidades de vitória.
Outra ressalva: o jogo possui um nível adequado de desafio. Veteranos não terão dificuldades, mas o fim da aventura sobe o nível abruptamente, cobrando bastante do jogador, o que pode ser frustrante, já que é responsabilidade do jogo preparar o jogador oferecendo desafios gradativamente crescentes, o que não ocorre.
Passear nos cenários pode se tornar incômodo em algumas situações, pois o jogo sofre de um problema que o personagem “trava” no canto de objetos ou construções quando anda próximo deles. Não é um bug, é mal desenvolvido e precisa ser trabalhado.
CUSTO-BENEFÍCIO E PREÇO CHEIO
Quando se trata de custo-benefício, vários aspectos são avaliados. É inegável que este jogo possui conteúdo suficiente para valer o preço padrão de lançamentos, afinal alcancei 30h de jogo fazendo a história principal apenas e algumas coisas extras. O jogo não apresentou bugs na minha experiência, sendo bem otimizado e raras vezes dropou a taxa de frames.
Mas devemos lembrar que este é um remake, e pelo preço padrão poderíamos esperar um trabalho mais adequado ao legado do original, afinal, mais algumas melhorias e este remake poderia figurar como um dos melhores jogos da franquia. O jogo também não possui localização em português. Em minha opinião, mais esforço poderia ter sido empregado, ainda que o saldo seja positivo.
Conclusão
Pokémon Brilliant Diamond & Shining Pearl é um remake fiel ao original, trazendo horas de conteúdo, diversão e muita nostalgia. Na sua fidelidade, ele também comete o erro de não atualizar alguns elementos que o tornariam o jogo ideal pelo preço ideal.
[rwp_box id=”0″]
[Nota do Editor: Pokémon Shining Pearl foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Nintendo.]
Deixar uma resposta