Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition – Interagindo entre dois mundos

Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition – Interagindo entre dois mundos

Um titulo obrigatório para todos os jogadores quem amam aqueles clássicos da era de ouro dos RPGs, tente passar por cima dos deslizes do título e você terá em suas mãos um dos melhores jogos já feito!

Impossível começar a falar de Chrono Cross (CC) sem antes falarmos um pouco de Chrono Trigger, que até hoje é aclamado como o melhor RPG de todos os tempos. Criado pelo conhecido “dream team” que foi composto por Yuji Hori (Dragon Quest), Hironobu Sakaguchi (Final Fantasy) e Akira Toriyama (Dragon Ball), CT tinha uma jogabilidade bem robusta, personagens extremamente carismáticos, além de ambientes incríveis. Tanto que até hoje uma grande legião de fãs ainda aguardam por um Remake. Agora, em 2022 a Square Enix lança a versão Remasterizada para o nosso amado Switch daquele que com certeza marcou a vida de muitos gamers, Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition.

Prelúdio…..

Quando foi anunciado pela SE e que teríamos a versão para Nintendo Switch, corri logo e me prontifiquei para fazer essa análise com a equipe do site. Tenho uma relação muito profunda com CC, são tantas coisas para colocar nessa análise que tive que me podar algumas vezes porque minha vontade é escrever um livro falando dessa obra de arte. A medida que vou escrevendo consigo lembrar de cada detalhe das áreas do jogo que descobria, dos personagens de extremo carisma, meu olhos marejam e acabo cantarolando as melodias maravilhosas que foram compostas para esse jogo. Espero que ao longo dessa análise eu consiga passar para você, leitor, o quão esse jogo é épico e possa de fato orienta-los (sem spoiler) no sentido de experimentar e se aventurar nesse fantástico universo.

Chrono Cross tem inicio com uma bela cena em CGI, muito famosa até hoje e de longe uma das canções mais bonitas já feitas para um game.

Time Scar – Marcas do tempo

O que foi o início de tudo isso?
Talvez seja impossível de obter esta a resposta agora
De dentro do fluxo do tempo
Mas, com certeza, naquela época
Nós amamos muitos, mas também odiamos bastante
Nós ferimos outros e nos ferimos também
Contudo, mesmo assim, nós corremos como o vento
Sob o céu Celeste.

A aventura tem inicio em um sonho do personagem Serge, morador da pacata vila de pescadores chamada Aruni ou Arni Village na versão americana do game, ao acordar ele recebe a missão de caçar pele de animais para sua “namorada” Leena, acidentalmente ele acaba ativando um portal dimensional e é levado para outra dimensão na qual ele já morreu. A partir daí Serge vai interagindo entre os mundos e mudando algumas ações que acabam influenciando em algo bem maior, como a relação do desaparecimento de seu pai Wazuki, o aparecimento do misterioso Yamaneko e da graciosa Tsukuyomi, vai descobrir também a existência do misterioso Frozen Flame, um pedaço da entidade Lavos. Mas Serge não estará sozinho nessa aventura, CC traz uma série se personagens recrutáveis, um total de 44 personagens (contando com Yamneko). Não falarei mais sobre nada relacionado a narrativa, a intenção aqui é deixar você curioso para descobrir o desenrolar desse fantástico Storyline.

Sistema de Batalha

Aqui está o coração de todo RPG, e CC é um pouco diferente de outros RPGs em alguns aspectos, porém, mantém a mecânica de turnos livre. Aquela barra a ATB foi substituída por uma barra de Stamina que é gasta cada vez que você executa um ataque, que pode ser fraco, médio ou forte, tenha em mente que o gasto de Stamina é inversamente proporcional a força escolhida para o ataque, ou seja, vamos supor que na janela de ataque de seu personagem esta como na imagem abaixo. Isso significa dizer que quanto menor for a chance de você acertar o ataque, mais forte ele será. A medida que você vai acertando os ataques o seu nível de elements vai subindo.

Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition – Interagindo entre dois mundos

Outra mecânica inserida no sistema de batalha são os Elements, que para utiliza-los precisa ficar atento ao Innate Element, pois cada personagem e inimigo possui uma familiaridade. Esse Innate Element indica também a fraqueza ou a força para melhor utiliza-lo. Aquela mecânica já conhecida dos elementais opostos, onde: Preto x Branco; Vermelho x Azul; Verde x Amarelo. Um campo chamado Collor Field pode ser observado no canto superior esquerdo da tela, nele fica registrado os três últimos elementos usados, conseguindo deixar esse campo com as mesmas cores (3 amarelos por exemplo), os personagens e inimigos que tem afinidade com essa cor elemental ficam mais fortes e é nesse momento que as poderosas evocações podem ser usadas. Elas são poucas no game, porém, poderosas. Outro detalhe importante é que cada personagem tem sua Tech Skill level 7, uns ganham automaticamente a medida que você avança o jogo e ganha estrelas dos chefes, enquanto outros precisam que seja feita uma sidequest especial e são totalmente opcionais.

Mais de 40 personagens

Aparentemente pode parecer estranho ter essa quantidade de personagens jogáveis, mas tenha certeza que cada um deles acrescentam bastante, pois cada um deles tem uma motivação para entrar em sua party. Você vai até se emocionar com o storyline de alguns deles, como a da personagem Orlha, a jovem de cabelos dourados, o Gleen (meu preferido), o Korcha e todo seu amor pela sua vila amada Guldove, são tantos personagens maravilhosos que vou até parar de falar para não ser injusto com algum, lol. Todos eles têm reações e sentimentos diferentes em relação à narrativa principal do game.

Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition – Interagindo entre dois mundos

Gráficos

Graficamente na época em que foi lançado, Chrono Cross era formidável, com um tato orgânico, design criativo, e apenas os números certos de elementos no cenário dão um toque perfeito aos cenários. Para ser sincero, quando a SE anunciou o Remaster, não criei tanta expectativa nesse quesito, uma vez que joguei todos os outros (FF8, FF9, Legend Of Mana) e a dona Square não deu o tratamento necessário que esses jogos merecem. Um fator gritante nesse remaster de Chrono Cross, e alvo de várias criticas e com razão, foi o famigerado FPS, não vejo sentido de como esse aspecto não foi melhorado em relação ao PS1, em alguns casos o jogo consegue a incrível façanha de ser  pior que a versão original. Algo inadmissível, já que os consoles são muito mais poderosos. Espero muito um Patch de correção para isso. As únicas melhorias foram os personagens, todos foram refeitos com muito mais polígonos, a fonte foi atualizada, os desenhos deles nos frames de diálogos foram todos refeitos do zero e com uma ótima qualidade.

Som

Felizmente, o som e as músicas brilham no game, e será indubitavelmente a melhor parte da experiência de Chrono Cross, o compositor Yasunori Mitsuda compôs verdadeiras obras primas. Essa versão Remaster traz cosméticos em relação as músicas também, todas as músicas foram refeitas com arranjos novos. Algumas músicas são versões de Chrono Trigger também com novos arranjos, enquanto outras são exclusivas de Cross.

A cereja do bolo

A versão Remaster trouxe finalmente Radical Dreamers de forma oficial para o ocidente, um visual novel que se passa entre os eventos de Trigger e Cross. Nele, os personagens Serge, Kid e Magil tentam invadir a Viper Manor, residência de Yamaneko, um busca da lendária Fronzen Flame que foi citada aqui nessa análise. A medida que vamos avançando a novel o jogo vai deixando claro as motivações de Kid e seu ódio em relação a Yamaneko e deixando mais clara as conexões com Trigger. Mitsuda também deu o ar da graça e compôs musicas para a novel. Aliás, fechar o jogo Chrono Cross e Radical Dreamers você habilita em final secreto, exclusivo desse remaster acessando os créditos na tela de seleção de jogo. Vou tentar publicar posteriormente algo sobre essa novel.

Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition – Interagindo entre dois mundos
Enix,

Me recomenda?

Chrono Cross Remaster é um titulo obrigatório para todos os jogadores quem amam aqueles clássicos da era de ouro dos RPGs, tente passar por cima dos deslizes do título e você terá em suas mãos um dos melhores jogos já feito.

Conclusão

Poder jogar novamente Chrono Cross e de forma oficial foi um grande presente, tenho uma memória afetiva fortíssima com esse jogo, lembro de cada detalhe, de cada item e de como usá-lo. Poder ouvir Another Guldove, Time Scar, dentre outras maravilhas, não tem preço. É de fato uma pena que a Square Enix não tenha dado a devida atenção que um jogo dessa magnitude merece. Porém, como fã que sou joguei completo, zerei em 40h, peguei todas as Tech Skill de level 7 de todos os personagens, fiz o melhor final. Finalizo aqui minha análise porque ainda tenho 7 finais para fazer.

Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition – Interagindo entre dois mundos
Chrono Cross: The Radical Dreamers Edition
Veredito
Design
100
Trilha Sonora
100
Diversão
100
Gameplay
85
Custo x Benefício
100
Prós
Brilhante Storyline
Cenas em CGI lindas
Final Secreto exclusivo dessa versão
Mais de 40 personagens jogáveis
Personagens refeitos
Músicas belíssimas
Radical Dreamers
Contras
FPS precário nas batalhas
Cenários de fundo de baixa qualidade
97
Nota Final


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Biólogo, professor, acadêmico de Fisioterapia e amante de vídeo games. Apaixonado por Final Fantasy e Resident Evil.