Se você é um grande fã da franquia “Dragon Quest“, com certeza deve ter sido pego de surpresa, ou não, pela nota de falecimento de Koichi Sugiyama, em outubro de 2021. Além de ter sido compositor da obra, Sugiyama também era um dos membros dirigentes da JASRAC, a Sociedade Japonesa dos Direitos dos Autores, Compositores e Publicadores, voltada aos direitos dos músicos, conhecida por supervisionar possíveis infrações quanto a esses direitos.
Então, você deve estar se perguntando onde eu quero chegar comentando uma notícia um tanto velha, não é mesmo? Bem, segundo informações divulgadas pela Anime News Network (ANN), a vida de Koichi Sugiyama será transformada em um Dorama, com Akira Yasuda (do live-action de “Gintama“) vivendo o músico. Segundo o site, a trama irá abordar o envolvimento dele com a franquia e a criação do tema “Overture: Loto’s Theme”, que tocou na abertura das Olimpíadas no ano passado.
Ao assumir o papel de Sugiyama, Yasuda disse:
I am very honored to play the role of the great Sugiyama-sensei who made music that is loved across generations. I hope that I will convey to everyone what kind of person Sugiyama-sensei was.” (algo como “Estou muito honrado em desempenhar o papel do grande Sugiyama-sensei que fez música que é amada por gerações. Espero transmitir a todos que tipo de pessoa Sugiyama-sensei foi.” — em tradução livre).
No entanto, engana-se quem pensa que Sugiyama era conhecido apenas por tais feitos, pois em vida, ele foi uma pessoa muito polêmica (rejeitada por parte dos fãs — principalmente os internacionais). O compositor era conhecido por minimizar ou negar crimes de guerra do Japão, sendo ainda um revisionista da História do país, além de promover e financiar grupos nacionalistas e/ou anti-LGBT com a fortuna feita em vida. Ele também era próximo de Mio Sugita, um político extremamente conservador conhecido por comentários infelizes sobre mulheres e LGBTs.
Lembram-se da já citada JASRAC? Pois bem, ela é conhecida por pressionar por leis extremamente rígidas na área dos direitos dos autores, além de frequentemente ser acusada de “hipervigiar” possíveis infrações. Um exemplo claro disso foi em 2017, onde a sociedade anunciou que coletaria taxas de direitos autorais de escolas de música, causando grande polêmica no país. A JASRAC também já perdeu ações legais por criar mecanismos que, no fim, impedem a competição na indústria e dificultam a entrada de novos talentos.
E você, faz parte de seus fãs ou parte de seus haters?
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