Antes de começar a falar de Omegabot eu quero propor dois cenários na sua mente:
Imagine que é sexta-feira e você chega da escola a tarde, conversa com sua mãe e pede pra ela cinco reais para alugar dois jogos na locadora próximo da avenida. Ela nega a princípio, mas depois deixa e te acompanha, afinal você tem só oito anos de idade. Lá você escolhe o jogo que quer sem nem olhar os outros nas prateleiras e pega mais um, do lado do primeiro, só pra ver como é e afinal se alugar dois jogos numa sexta-feira você devolve apenas na segunda. E assim você vai pra casa, abre as caixas e em suas mãos estão Megaman 7, Megaman X e um final de semana difícil e divertido.
Ou então imagine que você está em um fórum de jogos na internet em 2012 e lê sobre um jogo sendo portado no Nintendo DSi sendo vendido pelo DSWare que foi desenvolvido por uma única pessoa. Então você pega seu cartão de crédito e compra esse tal de Cave Story. Começa a jogar sem muita expectativa e quando percebe é madrugada de domingo e não larga seu DSi preto (presenteado por aquela que seria sua esposa) mas tem que desligar pois precisa levantar cedo na segunda-feira para trabalhar (Não façam isso hein!).
Pois bem, essas foram as lembranças que me vieram a mente quando joguei Omegabot, um jogo que arremete aos tempos de SNES com Megaman 7 e X por sua simplicidade e gameplay, misturado com uma temática e história de Cave Story. E com isso começamos.
Omegabot e sua Simplicidade
O jogo desenvolvido por Simon Carny e publicado pela Red Art Games tem sua base na simplicidade da década de 90. Numa época em que ao ligar o jogo você vê uma introdução da história que é curta e bem resumida, em seguida você escolhe entre acessar as opções ou iniciar o jogo e então já está acontecendo.
Sem mais introduções, sem outros tutoriais antes de realmente iniciar a ação. Selecionou play game, agora é só jogar. E isso é positivo. Quantos outros jogos temos que, ao iniciar o jogo, aguardar minutos pra iniciar de fato. Alguns chegam a exagerar nesse “Prelúdio” com animações excessivas que te ambientam do que está acontecendo naquele mundo para então te dar o controle. Omegabot não.
Omegabot volta as raízes dos jogos e te põe no controle de um robô jogado num mundo hostil logo de cara.
Historia – Simples e Confusa
Pois bem, iniciamos o jogo e… e agora? Embora as duvidas e a curiosidade te faça aprender os controles antes mesmo que algumas placas digam no decorrer do caminho, fomos jogados em um mundo hostil cheio de plataformas e perigos e sem nenhum pingo de contexto, a não ser é claro, se você viu e se lembra da introdução do jogo antes mesmo selecionar o “Play Game”.
A história segue de forma linear sem muitas revelações e poucos NPCs, e assim vai até o final do jogo. Muito aqui me lembra de Cave Story. Surgindo em um mundo sem nem saber sua própria origem, sem falar nada, e dando tiro.
E em seu todo a história é bem simples: você assume o papel de Omegabot, um robô não controlado pela ditadura tecnológica incumbido de dar fim a tirania das máquinas. E só. Ao longo do percurso você encontrará alguns poucos NPCs que te situam um pouco mais sobre os chefes e fases. Mas ainda deixa pontas soltas no ar.
Gameplay – Simplesmente Nostálgica
Omegabot é, em sua essência, um jogo plataforma 2D onde seu ataque são tiros que saem de uma arma em sua mão ao bom estilo Megaman. Porém, diferentemente da franquia do nosso robô azul, você não escolhe qual fase quer ir. Tudo é linear, do ponto onde começa ao fim do jogo.
Cada fase possui inúmeras dificuldades como inimigos diferenciados, plataformas móveis, serras giratórias, fossos e no fim da fase um chefe que deixa para traz um upgrade quando derrotado.
E por falar em ser derrotado se prepare para se acostumar com isso. Quedas bobas, pulos mal calculados, enxame de inimigos, espinhos, etc… Todo o conjunto básico de um jogo plataforma. No jogo temos duas barras no canto superior esquerdo sendo uma de vida e a outra de energia. Essa ultima é reduzida a cada disparo de tiro, porém se regenera automaticamente com o passar do tempo. Ao lado da barra de vida há um quadrado que vai enchendo conforme coleta bolas vermelhas de energia deixadas por inimigos derrotados. Ao completar o quadrado parte de sua vida é recuperada.
Em determinado momento do jogo será possível comprar upgrades de vida e energia, além de novos formatos de armadura que trazem algum beneficio como recarregar energia mais rápido. Mesmo com certa dificuldade Omegabot não é um jogo punitivo. Possui vidas infinitas e diversos checkpoints no decorrer das fases. Aliás, esses checkpoints não salvam apenas seu progresso na fase em caso de derrota, mas também salvam o jogo. Ao sair do jogo e voltar, você iniciará do ultimo checkpoint com a vida, e “dinheiro” (engrenagens) que tinha quando passou por ele.
Design – PixelArt e Sons
Toda a arte do jogo é feita em PixelArt e é possível se localizar e discernir bem os elementos em tela. Apesar de não ser tão polida como em outros jogos do mesmo estilo artístico, possui o carinho e a preocupação de animações pequenas e sutis que enaltecem o fato de estar controlando um robô modelado como as ideias da década de 90 ou antes. Algumas fases possuem até passagens secretas para baús de tesouro com engrenagens ou kits de primeiros socorros.
O som tem um ar de 16bits muito forte e bem fiel as ações executadas. Seja pulos, tiros ou danos. Mais uma vez, não é tão polido quanto outros títulos semelhantes nem impactante ou memorável, apenas cumpre bem seu papel.
Detalhes Técnicos
Omegabot será lançado no Nintendo Switch dia 20 de janeiro de 2023, permite apenas um jogador, ocupa cerca de 200mb e não possui localização em PT-BR. No momento de escrita desse review está custando R$48,45 reais na eShop brasileira, porém com uma promoção de pré-lançamento com 10% de desconto saindo por R$43,60.
[Nota do Editor: Omegabot foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Red Art Games para avaliação.]
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