Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser mais conhecido

Tales of Grace F Remastered – Um JRPG que merece ser mais conhecido

Tales of Graces foi lançado originalmente em 2009, no Japão, para o Wii. Em 2012, recebeu uma versão aprimorada para o PS3, intitulada Tales of Graces F, trazendo melhorias e conteúdos extras. Agora, com o selo Remastered, o jogo chega ao Nintendo Switch, mas, infelizmente, a Bandai ainda não disponibilizou uma localização em português. Assim, além dos gráficos atualizados, não há muitas novidades para os fãs.

Apesar de ser uma franquia de JRPGs renomada, Tales of não recebe a mesma atenção que séries como Final Fantasy ou Dragon Quest. Ainda assim, a produtora continua lançando novos títulos para os consoles modernos, mantendo a saga viva para os fãs do gênero.

Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser mais conhecido

Os jogos da série costumam apresentar histórias independentes, com eventuais referências a outras entradas da franquia. Tales of Graces acompanha um grupo de amigos liderados por Asbel, um jovem que encontra uma misteriosa garota de cabelos roxos caída em um campo de flores. Sem memória de sua identidade e com dificuldades para compreender emoções humanas, a garota demonstra uma força incomum. Asbel decide chamá-la de Sophie.

Paralelamente, ele desenvolve uma amizade com Richard, príncipe do reino, que recentemente se tornou alvo de tentativas de assassinato. Durante um desses ataques, Asbel sofre um ferimento aparentemente fatal, mas Sophie intervém e se sacrifica para salvá-lo, dando início a uma jornada repleta de mistérios e descobertas.

Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser mais conhecido

Sete anos se passaram, e os amigos já cresceram. Asbel, agora um cavaleiro real, parece estar desenvolvendo poderes misteriosos. As coisas se tornam ainda mais estranhas quando, em meio a um momento de perigo, Sophie reaparece de forma enigmática — mais uma vez sem nenhuma memória do que aconteceu. Enquanto isso, intrigas políticas continuam, com novas tentativas de assassinato contra Richard, forçando o grupo a se reunir para enfrentar a ameaça.

Fora das cutscenes e das vinhetas curtas que surgem durante a exploração, o jogo se divide entre percorrer o mapa e enfrentar monstros ou soldados inimigos. No entanto, os mapas são essencialmente longos corredores que precisam ser revisitados diversas vezes ao longo da campanha, tornando a experiência repetitiva e, eventualmente, frustrante.

A verdadeira força do jogo, no entanto, está em seu sistema de batalha — um dos melhores da série. Enquanto os títulos 3D anteriores mantinham a perspectiva de rolagem lateral para preservar a sensação clássica da franquia, Tales of Graces adota uma câmera posicionada acima e atrás dos personagens. Embora a mecânica de corrida livre tenha sido reduzida, o jogo introduz um movimento rápido de passo lateral e três tipos distintos de bloqueio. O combate brilha ao exigir mais do que simples apertos de botões, recompensando constantemente estratégias ofensivas e defensivas bem planejadas..

Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser mais conhecido

Em vez de usar movimentos especiais que consomem TP, o jogo adota um sistema baseado em um medidor que determina a duração dos seus combos. Se você tiver um bom desempenho em combate, seu CC (Capacidade de Cadeia) será estendido, permitindo a execução de mais golpes. Existem dois tipos de ataque, com diferentes sequências dependendo da direção em que você move os controles.

Ao invés de um sistema tradicional de MP, os personagens utilizam CC para realizar suas ações em batalha, com cada movimento consumindo uma determinada quantidade. No entanto, esse recurso se regenera rapidamente quando você faz uma pausa na ação, tornando o combate uma questão de tempo e estratégia — saber quando avançar, recuar para recarregar o CC e manter-se móvel é essencial.

É possível alternar entre os personagens a qualquer momento ou permitir que um amigo controle um deles. No entanto, o modo multijogador é um pouco limitado, já que os jogadores adicionais só podem participar durante as batalhas, ficando inativos durante a exploração e os diálogos.

Para quem deseja focar apenas na história, o jogo conta com a Grade Shop, que oferece recursos para tornar a experiência mais acessível. Esses recursos são totalmente opcionais, mas podem alterar significativamente a forma como você joga. Por exemplo, converter toda a sua experiência em dinheiro deixará seu personagem extremamente rico, mas ao custo de permanecer em um nível abaixo do ideal, tornando sua sobrevivência dependente da maestria no sistema de combate. No fim, tudo se resume a personalizar a experiência de acordo com seu estilo de jogo.

Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser mais conhecido

Outro destaque é o sistema de títulos. Cada personagem pode obter diferentes títulos ao longo da jogabilidade, seja progredindo na história ou cumprindo determinados objetivos. Esses títulos concedem bônus de estatísticas enquanto estão equipados e podem ser aprimorados por meio de um sistema próprio de experiência, desbloqueando novas habilidades e aumentando ainda mais os atributos. Isso proporciona uma enorme personalização, permitindo que o jogador escolha qual título deseja aprimorar primeiro ou qual faz mais sentido manter equipado em determinado momento.

Visualmente, o jogo ficou deslumbrante no Switch em comparação com o lançamento original. As cutscenes animadas já eram impressionantes, mas os modelos 3D também receberam um cuidado especial, com animações bem trabalhadas. Pequenos ajustes na movimentação dos personagens contribuem significativamente para a caracterização e imersão.

No entanto, há algumas barreiras na jogabilidade. O início do jogo é um pouco arrastado, levando cerca de duas horas até que a história realmente engrene, o que pode testar a paciência de alguns jogadores. Eu mesmo me senti ansioso nesse trecho inicial. O combate também sofre com isso — na primeira batalha, os personagens ainda não estão totalmente desenvolvidos em termos de habilidades, tornando essa fase inicial um pouco monótona.

Além disso, o jogo é bastante linear, com exploração limitada, especialmente no começo. Existem algumas missões secundárias, mas elas são simples e não chegam a se destacar em relação à narrativa principal. Isso resulta em uma experiência mais direta e focada na história, sem muitas distrações.

Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser mais conhecido
Tales of Grace F Remastered - Um JRPG que merece ser conhecido mais.
Veredito
No geral, Tales of Graces f Remastered é um port impressionante. Ele parece e roda como um sonho no Switch também, o que proporcionou uma experiência visualmente maravilhosa. Ocasionalmente parece datado graças aos seus visuais e mapa limitado, mas a estrutura do enredo e o combate divertido o tornam uma adição valiosa à biblioteca de qualquer fã de JRPG.
Design
70
Trilha Sonora
75
Diversão
75
Gameplay
80
Custo x Beneficio
65
Prós
Combate divertido e variado
Grad Shop que personaliza a sua experiência
Bons gráficos atualizados
Contras
Animações rígidas
Sem muitas variações no mapa
Demora um pouco para começar
73
Nota Final

Overall, Tales of Graces F Remastered is an impressive port. It runs beautifully on the Switch, delivering a visually stunning experience. While it occasionally feels dated due to its graphics and limited map design, its engaging story structure and enjoyable combat make it a valuable addition to any JRPG fan’s library.

Nota do Editor: Tales of Grace F Remastered foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela Bandai Namco para avaliação.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Olá me chamo Emanuel ou só "Nuel", sou Game Designer e nasci na cidade mais quente do Brasil, tento de tudo para ficar longe e relaxar em jogo competitivo, mas meus favoritos sempre são os jogos de farming e JRPGs.