WitchSpring3 Re:Fine - The Story of Eirudy - Brincando com bonecas

WitchSpring3 Re:Fine – The Story of Eirudy – Brincando com bonecas

WitchSpring3 Re:Fine – The Story of Eirudy é um RPG de fantasia e aventura co-desenvolvido pela Kiwi Walks e Ikina Games e publicado no ocidente pela ININ Games, lançado agora, em agosto de 2021. O jogo é um remaster de WitchSpring3, lançado para dispositivos móveis em 2017 e trás todos os conteúdos extras lançados e uma repaginada completa no visual.

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A protagonista do jogo.

História

Aqui, nós temos um ambiente medieval e fantasioso que narra o primeiro contato da bruxa Sem Nome com os humanos do continente Derkarr. A história se desenrola com esse novo contato e as várias intrigas que rodeiam o reino, desde problemas ambientais até caça às bruxas.

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Adrian, interesse amoroso da Bruxa Sem Nome.

Boa parte da diversão do jogo são seus personagens. A protagonista, em especial, entrega boa parte do humor da aventura com seu jeito honesto de ser, afinal, ela não possui os costumes humanos de aliviar certos comentários, além da sua clara falta de habilidades sociais.

Os personagens secundários também possuem uma boa química com a protagonista. Fãs de romance terão ótimos momentos, afinal a bruxa logo se vê interessada em outro personagem: Adrian, filho do Lorde que persegue bruxas, e isto irá pautar boa parte da aventura, discutindo temas como amor, lealdade, traição.

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Em momentos mais dramáticos, o jogo faz uso de artes como esta.

A narrativa consegue manter o jogador interessado a todo momento, apesar do início mais parado. Eventualmente nós temos diversas discussões nas entrelinhas, como racismo, tradição, religião, sacrifício e etc. Tudo isto citado cria um enredo simples, mas com várias camadas de interpretação.

Brincando com bonecas

O sistema de batalhas funciona em turnos, nos quais o jogador é capaz de utilizar ataques físicos, conjurar magias, defender, usar itens e utilizar bonecas para atacar ou defender. Esta última possibilidade é um dos atrativos do jogo, pois a bruxa tem a habilidade de dar vida a suas bonecas, e cada boneca tem uma habilidade especial que são essenciais para os confrontos no jogo. Ao longo da aventura novas bonecas serão desbloqueadas e o design delas é bem criativo, deixando tudo mais interessante visualmente.

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O quarto onde as bonecas ficam guardadas.

O jogador pode evoluir as bonecas e também a protagonista. O sistema de evolução é intuitivo, trazendo um calendário que guia o treinamento da bruxa. Cada tipo de treinamento evolui um aspecto, seja HP ou MP, força ou agilidade. Toda vez que novos treinos ocorrem, mais dias passam na jornada.

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Emilia, atrás da protagonista, é uma boneca que auxilia com cura constante.

As batalhas obrigatórias podem ser difíceis sem o nível correto da personagem, o que instiga o jogador a buscar novos recursos para evoluir magias, trocar de armas e equipamentos, o que leva a vários conteúdos e inimigos opcionais que enriquecem a diversão. Criar novas magias ou novas espadas é bem simples, mas traz enorme satisfação ao perceber a diferença de poder no momento de derrotar um novo chefe. 

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Chefe opcional.

Infelizmente no processo de exploração, alguns problemas com o controle são comuns, principalmente quando o jogador tenta subir escadas estreitas, criando alguns bugs de colisão que irritam muito. Também é possível perceber quedas de quadro em alguns momentos, geralmente em cenários mais cheios de elementos ou em situações com muitos efeitos visuais, como explosão de magias e etc.

Trilha sonora e design artístico 

O jogo segue a receita dos RPGs de fantasia, não inova muito na trilha sonora, mas ela é boa o suficiente para não enjoar e até divertir em casos mais raros.

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Um exemplo da boa qualidade do remaster.

A dublagem em japonês é boa, e grande parte do jogo conta com trabalho de voz, sendo que alguns diálogos serão somente em texto. O jogo não possui qualquer localização em português do Brasil.

A parte artística do jogo é feita com carinho, principalmente nas já citadas bonecas. Os cenários também seguem uma fórmula padrão, que varia entre cidades, desertos, florestas, nada grandioso, mas cumpre ao propósito da narrativa. Ainda assim, é legal sair um pouco do caminho da história para descobrir novos oponentes e recursos para criação de itens.

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Uma das cidades presentes no jogo.

Os menus são intuitivos e fáceis de utilizar, mas o jogo certamente seria mais dinâmico se implementasse o uso da tela touch do Switch.

Duração e custo-benefício

Para um RPG, a história principal não é tão longa, tendo uma duração média de 10 horas . O conteúdo extra deve garantir mais 6 horas de gameplay, em média, e o jogador ainda tem a possibilidade de rejogar, fazendo diferentes escolhas, desbloqueando diferentes desfechos, que pautam que tipo de bruxa a protagonista será. 

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A caverna de gelo é uma das áreas totalmente opcionais.

O jogo está custando R$199,99 na eShop brasileira, o que pode ser um valor um pouco alto para aqueles que preferem RPGs mais longos.

Conclusão

WitchSpring3 Re:Fine – The Story of Eirudy é um RPG divertido, que não traz nenhuma novidade ao gênero, mas conta sua história com qualidade e incrementa a jogabilidade com um interessante sistema de evolução e farming de itens. A aventura deve empolgar ainda mais pela protagonista e pelo romance desenvolvido. 

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[Nota do Editor: WitchSpring3 Re:Fine – The Story of Eirudy foi analisado a partir da sua versão para Nintendo Switch. A cópia do jogo foi gentilmente cedida pela PR Hound.]


[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Apaixonado por obras audiovisuais, mas com um espaço especial no coração para videogames. Aficionado por boas narrativas, gosta de estudar e escrever roteiros, além de análises diversas. Twitter: @JlioHeitorSant1