Cá estamos para o segundo embate e a resposta é clara: Link’s Awakening é melhor que um jogo “Warriors” disfarçado de Zelda. Não tendo mais o que acrescentar, basta refrescar a memória com o texto abaixo.
Em junho de 1993 nascia exclusivamente para Game Boy The Legend of Zelda: Link’s awakening que é o quarto jogo da franquia. Ele é o Zelda pioneiro em um console portátil, e isso já é um marco e tanto. Foi com LA que tivemos a oportunidade de jogarmos um “Zeldinha” em qualquer lugar. Em 98 tivemos a versão DX para Game Boy Color e no final de 2019 fomos presenteados com um remake dessa belezinha no nosso switão da massa, com gráficos e sons atualizados, entretanto mantendo toda a essência do jogo original.
Vale mencionar que essa coluna vai abordar os jogos como se fossem um só para melhor absorção do conteúdo.
Vamos trazer à memória a história do jogo:
Após os acontecimentos de sua linha do tempo (não entraremos em detalhes) Link parte em mais uma aventura de sua vida (ou de suas vidas). Em sua pequena embarcação Link se vê em meio a uma tempestade impiedosa que dá fim ao seu barquinho e certamente põe em check a esperança no coração do nosso herói. Todavia, mesmo o mar revolto não foi capaz de detê-lo – se foi sorte ou habilidade não sabemos, mas link sobrevive e felizmente chega a uma praia. Uma bela donzela de nome Marín encontra Link desmaiado, rebatido pelas ondas. Vendo-o fragilizado, Marín decide levá-lo para a casa de seu pai Tarin. Ao acordar, Link viu-se em um lugar desconhecido, Marin então lhe explica que ele havia aparecido na praia da ilha de Koholint. Enquanto ela lhe falava, Link não pode deixar de perceber a semelhança que aquela moça possuía com certo alguém. Logo após acordar e falar com Marin e Tarin, Link parte para recuperar sua espada e escudo e então descobrir como ele poderia sair dali. Ouvindo os nativos da ilha, ele descobre que para aquela pequena população não existe nada além da ilha, que não há maneira de se escapar porque não tem para onde escapar. Entretanto havia “alguém” que sabia de um jeito da fuga acontecer: uma coruja fala sobre um tal de Wind Fish e que esse ser deveria ser acordado ao som de instrumentos musicais. Sem delongas, nosso Herói vai em busca de sua saída daquele lugar.
Além da boa história, que é contada e desenvolvida em um ritmo muito bom, vamos pontuar mais alguns aspectos que fazem de Link’s Awakening um jogo pra guardar num cantinho especial no coração:
-Acontece em um ambiente novo – os moradores não faziam ideia que existe Hyrule. Não há Ganom, Zelda ou TriForce. Isso é bom, porque por mais que amamos essa terra linda chamada Hyrule onde exploramos quase cada cantinho, é bom não extrair tudo o que se pode e a introdução de um cenário novo traz mais amplitude e variedade para a série. Koholint é uma ilha muito charmosa com uma paisagem diversificada e tem uma beleza misteriosa. Floresta, deserto, caverna, rio, planície e elevação. Tudo bem arranjado pra uma boa jogatina. E uma das grandes coisas mais emblemáticas de Koholint com certeza é onde o Wind Fish está adormecido – em um ovo gigante no cume de uma montanha. Não há como não reconhecer tal imagem e muito menos não gostar dela.
-É o percursor, pioneiro, abre-alas! LA é o primeiro Zelda portátil e ninguém pode tirar esse título dele! A importância desse título, tanto para a Nintendo quanto para os fãs, é gigante. Ao sabermos que um jogo dessa magnitude podia ser rodado em um portátil… o que mais não poderia ser feito? Com certeza foi algo muito difícil de ser programado pro hardware limitado do Game Boy, todavia a Nintendo ao ver que foi possível e que foi um sucesso, percebeu que o céu era o limite!
-A inclusão de personagens conhecidos – a ilha é recheada de “isso me é familiar” e esse elemento trouxe um pouco de sentimento de estarmos em casa. Como dito, a ilha de Koholint é um lugar totalmente novo onde não existe Hyrule (mas talvez, ironicamente, exista o Mushroom Kingdom) e a adição de tais personagens serve para dar aquela aquecida nos corações dos jogadores, mantendo o equilíbrio do ‘novo’ com o ‘já testado e aprovado.’ Entre eles estão um bigodudo com um nariz avantajado carregando uns cogumelos, uma foto da princesa Peach, Goombas, Yoshi de pelúcia, BowWow (Chain Chomp), Shy guys, Bloopers, Piranha plants, Cheep-Cheeps, Pokeys e uma espécie de Bob-bombs e outro semelhante ao Thwomps.
-É um jogo muito musical – em todo tempo há muita música acontecendo durante a gameplay. Essa musicalidade não fica presa somente as cutscenes ou som ambiente. O próprio Link aprende diversas canções durante sua aventura (inclusive a apresentação que os sapos fazem é hilária). A música é tão fundamental nesse jogo que é através de uma canção e somente por ela que o desfecho pode acontecer. Todas as músicas são muito bonitas e bem arranjadas. Também podemos apreciar os efeitos sonoros que são parte da identidade da franquia, fazendo com que cada baú aberto, chave encontrada ou inimigo abatido soe bem aos ouvidos.
-LA possui um visual muitíssimo carismático e simpático. É tipo um retrô-moderno… Lembra bastante o ACNH, sabe? Com aquele jeitinho gentil, amistoso… Toda a ilha de Koholint é belíssima e seus moradores são de aparência muito fofa. Sem falar na abertura e encerramento do game que é feito no estilo de anime em uma animação super bem feita, digna de estar em um jogo Zelda.
-A gameplay é simples e vai se aprimorando com o decorrer do jogo. E não me entenda mal – simples, nem de longe, significa ruim. Afinal de contas, a complexidade não é sinônimo de coisa boa, pelo contrário… pode-se estar a um passo do fiasco. A jogabilidade simplificada combina com o tipo de visão que temos, que é a de cima para baixo com algumas partes em plataforma 2D (rolagem-lateral). Apesar de ter limites bem marcados, o jogo não fica te devendo. Joga-lo é prazeroso. É claro que temos a exploração: áreas que não são possíveis serem acessadas no começo do jogo podem ser “reviradas” mais tarde, quando item X ou habilidade Y é desbloqueada.
-Uma novidade muito bem vinda no remake foi o “Criador de Dungeons”. Quem nunca admirou aquelas dungeons super bem construídas na franquia Zelda. E digo mais: quem nunca ousou dizer que poderia ter feito até melhor do que o original? Pois bem, essa é a oportunidade de provar que você está certo. No modo criador você tem acesso a todas as salas do jogo e você pode organiza-las da maneira que quiser e fazer seu próprio desafio, ou quem sabe desafiar um amigo e mostrar a sua super masmorra…
The Legend of Zelda: Link’s Awakening é um jogo totalmente harmonioso: os puzzles são inteligentes, sua arte amigável, história e trilha sonora mescla bem com toda Ilha Koholint. LA é totalmente uma aventura Zelda OldSchool, mesmo assim consegue ser especial para cativar os corações de quem nunca jogou, mesmo que não tenha muita relação com a lore da franquia. The Legend of Zelda Link’s Awakening é um jogo que precisa ser jogado. Apenas jogue e desfrute.
Deixar uma resposta