Good Job! - Como ser o pior é... O melhor!

Good Job! – Como ser o pior é… O melhor!

Se você em algum momento precisou fazer um favor ou até mesmo prestar um serviço a alguém, você sabe como a coisa funciona: há uma constante preocupação em como a nossa performance é avaliada. A preocupação, porém, fica só na vida real, pois Good Job! da Paladin, entra em cena para mostrar que as coisas não são bem assim, já que a ideia do jogo é literalmente ter o trabalho feito, custe o que custar.

Entendendo os privilégios

O jogo começa introduzindo o personagem principal, que é o filho de um CEO de uma robusta companhia e te vende desde o início a ideia de que ele possui alguns traços (preocupantes, eu diria) de falta de atenção e falta de jeito. O comportamento cresce junto com o personagem e a empresa, e nós temos a missão de ser um faz-tudo lá dentro.

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Antes mesmo da empresa abrir, já tem alguns acidentes…

Jogabilidade que faz um bom trabalho em criar o ambiente

Com a proposta de separar os níveis por andares e departamentos (até que bem similar ao que vimos em Luigi’s Mansion 3), o jogo traz desafios em forma de pequenas missões onde seu trabalho manual é extremamente necessário. Todo esse cenário cria o hilário ambiente de “ele é o filho do chefe, não posso reclamar” e o jogo se aproveita dessa premissa em vários momentos. A própria jogabilidade sempre reforça essa dinâmica, fazendo o personagem andar de maneira estabanada e quase sempre tendo um contato igualmente estabanado com tudo ao seu redor, sejam estes objetos ou pessoas. Falando em pessoas, os NPCs reagem a todo esse comportamento de forma quase que mórbida e, entendendo um pouco sobre hierarquias em empresas, você chega até a simpatizar com eles.

Falando um pouco sobre as músicas, todas passam a serena sensação de que você está em uma eterna música de elevador, e, apesar de passar longe do marcante, elas agregam para o ambiente desconfortável e desajeitado que faz o game funcionar tão bem.

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Chega a ser irônico tantas músicas calmas em meio a tanto caos.

Tudo é muito colorido e simplista ao mesmo tempo, o que torna o jogo leve e com objetivos curtos, desde conectar um projetor em outra sala, reunir vários profissionais em uma sala de reunião ou passar um cabo de internet por todo um andar. A existência de cabos de energia que conectados criam uma espécie de estilingue traz puzzle e destruição na medida certa.

Estes objetivos podem ser refeitos a todo o momento caso você queira fazer um tempo melhor que o anterior, ou até tentar destruir menos coisas que da última vez, já que o tempo, quantidade de itens quebrados e valor de cada item interferem diretamente no seu ranking. Vale ressaltar que além de muito bonito, o excesso de cores às vezes torna o gameplay um pouco difícil de ser conduzido por muito tempo, e é aí que entra a opção – disponível nos ajustes – de Color Assistance, onde todo o cenário ganha tons de preto e branco, exceto alguns detalhes que são a chave do objetivo e também com exceção das roupas do personagem, que são alguns acessórios os quais você pode trocar de acordo com o que encontra em cada nível.

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Modo Color Assistance em ação, dando mais foco aos detalhes que interessam.

O verdadeiro desafio é ter a paciência necessária

Os desafios vão sempre exigindo cada vez mais do nosso faz-tudo privilegiado e a cada nova tarefa que passa, fica mais interessante entender o ambiente e a cautela que será necessária para completar o que foi designado. Em alguns casos, faltar com a cautela pode ser vantajoso se isso lhe permitir terminar o nível em menos tempo, então ser destrutivo também pode recompensar. Afinal, quem vai cobrar o filho do dono pelos danos causados?

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Sobre o co-op, apesar de existir, os desafios continuam os mesmos do single player, o que significa que não existe um “Modo Party” ou qualquer tipo de fase exclusiva pensada para dois jogadores, e nesse caso o “um é pouco, dois é bom” não funciona tão bem. A jogatina pode se tornar bem caótica e mesmo com um objetivo em comum, é praticamente garantido que um irá interferir de maneira negativa no que o outro está fazendo. Para quem gosta do caos do cooperativo, como por exemplo o de Overcooked, tem um prato cheio nas mãos.

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[A coluna acima reflete a opinião do redator e não do portal Project N]

Fui do D-pad ao analógico; Do “AB” ao “ABXY”; Da paixão por games à escrita.