Com a difícil tarefa de trazer ao mundo 3D a clássica saga que originou um novo gênero, Metroid Prime chegou ao Gamecube no final de 2002, com visão em 1° pessoa e cenários totalmente 3D. Um clássico da sua época, foi portado para o Wii(versão essa a qual eu usei para análise) num pacote contendo a consagrada trilogia que muito em breve deve receber uma nova entrada na saga.
Em resumo, Metroid Prime é um deleite visual único. Toda a atmosfera alienígena que fez tanto sucesso nos anos 80 e 90 nos games 2D da franquia surgem aqui para deixar o jogador encantado com o vasto planeta de Tallon IV, que possui vários biomas a serem explorados livremente pela protagonista com o objetivo de impedir que piratas espaciais causem destruição com suas experiências científicas.
O jogador é encorajado a escanear tudo o que estiver ao seu alcance para entender a história por trás de tudo, além de informações relevantes sobre o bioma de Tallon IV e seus inimigos.
A EXPLORAÇÃO DE TALLON IV
Um metroidvania precisa ter um excelente design de fases e ambientes para que conquiste seu jogador, justamente pela aventura repleta de momentos em que vários locais devem ser revisitados. Prime consegue entregar uma boa dinâmica nos cenários, isso é um fato, mas cansa um pouco o jogador no processo, pois falta um pouco mais de leveza nesses momentos. Os cenários são amplos demais, o menu do mapa é confuso e de difícil manipulação(talvez pela falta de um segundo analógico no Wii). Se perder faz parte do gênero, mas Prime peca em não incorporar isto da melhor forma possível.
Os biomas anteriormente citados são sensacionais, com áreas de neve, fogo e etc. Mas darei um destaque especial a parte arenosa de Tallon IV: é excelente explorar um local cheio de história de uma civilização tão rica. Por vezes, esses momentos com estátuas antigas, dialetos esquecidos remetem à obras como Indiana Jones, e isso é sempre bem-vindo.
OS DESAFIOS DE TALLON IV
A gameplay de Metroid Prime é dinâmica e envolvente. Como de costume da saga, possui vários upgrades que aumentam cada vez mais a diversão dos combates e sua dinamicidade. A exploração pelo cenário ganha respiros de criatividade quando uma nova habilidade é liberada e Samus pode se aventurar a encontrar itens opcionais, novos upgrades para as armas e novas informações para os arquivos que nós armazenamos ao longo da jornada.
A mira, que utiliza o Wiimote e os sensores do Wii, é bastante precisa, criando ótimas sequências de tiroteio espacial. O jogo possui um sistema que trava a mira no inimigo, mas ele não responde muito bem, várias vezes eu segurava o botão e o jogo não reconhecia. Algo que deve ser ajustado se houver um futuro remaster do jogo.
Os inimigos são bastante variados, com aparências ameaçadoras e bem ricas em detalhes. Aliás, Tallon IV tem uma fauna e flora verdadeiramente linda e o jogador acaba por ficar entre o belo e o ameaçador, conceito este tão presente em outras obras da ficção que narram a vida em outros planetas.
Os chefes desafiam o jogador a usar todo seu arsenal de forma rápida e precisa, o que é excelente, mas a necessidade da troca de armas e visores traz à tona outro problema do jogo: pelo menos no Wii, fazer essas trocas é lento, pois o jogador precisa segurar um botão e ainda apontar com o Wiimote para fazer sua escolha, quando tudo poderia ser feito só com o apertar de um botão. No calor da batalha isso atrapalha e frustra o jogador, ainda mais num jogo que não possui checkpoints. Ao morrer, o jogador deve voltar ao último ponto de salvamento.
O SOM DE TALLON IV
O trabalho sonoro do jogo é primoroso, que ajuda a trazer vida ao visual belíssimo já mencionado. Mas o que torna tudo muito melhor é a criatividade em criar essa sonoridade de um planeta fictício completamente alheio a nós e ainda assim parecer tão crível! Escutar o som que as criaturas de Tallon IV produzem é imersivo e cativante. Sem contar ainda o som dos próprios equipamentos da protagonista, que é outro ótimo trabalho.
A trilha sonora fecha o pacote com melodias antigas e novas dentro da franquia, todas muito bem produzidas, que conseguem passar com maestria esta deliciosa e aterradora sensação extraterrestre.
CONCLUSÃO
Metroid Prime é obrigatório para fãs do gênero Metroidvania, que traz com maestria o mundo de Samus Aran em 3D e ainda consegue mesclar muito bem a jogabilidade em 1° pessoa com este gênero. É uma diversão que passa por exploração, tiroteio e puzzles sempre num ambiente trabalhado com esmero técnico indescritível. Ainda que falhe em alguns aspectos, entra para o rol dos melhores jogos da Nintendo, sem dúvidas.
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